Epilepsia durante a gravidez: um estudo acerca do perfil de pacientes em idade fértil tratada pela doença nas regiões brasileiras em 5 anos com foco nas estratégias para gerenciamento do quadro.
Mulheres em idade fértil e acometidas por epilepsia, quando engravidam apresentam risco de complicações, como alteração na frequência de convulsões, aumento da morbimortalidade materna, pré-eclampsia, parto prematuro, efeitos teratogênicos devido à exposição às drogas antiepilépticas (DAE). O manejo adequado da epilepsia durante a gravidez pode envolver monitoramento frequente de concentrações séricas e substituição dessas DAE, além de ajustes de dose, buscando minimizar a ocorrência de anomalias congênitas e proteger a saúde materna.
Descrever perfil de pacientes em idade fértil tratada pela epilepsia nas regiões brasileiras em 5 anos e elucidar os riscos promovidos por ela durante a gravidez, abordando o gerenciamento do quadro.
Utilizado banco de dados Datasus com informações acerca de morbimortalidade em mulheres em idade fértil (10-49 anos) por epilepsia, avaliando a ocorrência de acordo com etnia, faixa etária e região do Brasil no período de 1/2012 a 1/2017.
No Brasil (BR) ocorreram 42.962 internações de mulheres em idade fértil associadas à epilepsia, sendo a maior parte delas na faixa etária de 20 a 29 anos (9.733 casos) e de 40 a 49 anos (9.706 casos). Em todas as faixas etárias o maior número de casos ocorreu na região Sudeste (SE), correspondendo a 42,98% do total de casos, seguido pela região Sul (SU), com 22,41% dos casos e Nordeste (NE), com 19,53% dos casos. No BR, a etnia mais atingida foi a de brancas (16.072), seguida de pardas (12.436) e negras (1.405). Dentre as brancas as regiões SE e SU representam juntas 93,97% do total, já dentre as pardas as regiões SE e NE representam 74,83%. Quanto a taxa de mortalidade a maior encontra-se no NE (2,06), seguida pelo Norte (1,77) e SE (1,39).
O planejamento pré-concepto responderá para redução dos riscos tanto maternos quanto fetal, entretanto o reconhecimento acerca dos benefícios e malefícios das terapias empregadas no manejo da epilepsia durante a gravidez, além de abordagem individualizada por equipe multidisciplinar, se faz necessário para melhorar os desfechos em grávidas com epilepsia. Além disso, é importante uma visão mais abrangente voltada para os estados com maior taxa de mortalidade, como NE e NO, além de uma observação maior das etnias e faixa etárias mais atingidas.
Mulheres; Epilepsia; Convulsões.
Clínica Médica
Camylla Santos Souza, Lívia Liberata Barbosa Bandeira, Arquizia Morais de Albuquerque, Patricia Fraga Paiva, Joao Davi Souza Neto