AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO DE FIM DE VIDA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
O cuidado de fim de vida e morte é um fato contemporâneo diante das inúmeras condições humanas que não apresentam perspectiva de cura, e que necessita o desenvolvimento de habilidades dos profissionais da saúde para que sejam capazes de fornecer um atendimento médico de qualidade. Os dados a respeito da percepção destes cuidados são escassos em nosso meio.
Primário: avaliar a percepção dos familiares sobre a qualidade da assistência médica aos pacientes sob ações paliativas atendidos no Hospital Geral de Caxias do Sul;
Secundário: avaliar o perfil dos pacientes que recebem ações paliativas na instituição, assim como diferenças na qualidade da assistência médica a esses pacientes nas diferentes áreas de atenção.
Neste estudo, foram avaliados retrospectivamente os óbitos ocorridos nas diversas áreas por um período de três meses, identificados aqueles considerados pacientes refratários/terminais/paliativos por suas equipes assistentes e, através de contato telefônico, aplicado aos familiares desses pacientes o questionário americano validado, o Family-specific QEOLC items, traduzido para o português e adaptado a esta realidade.
A análise estatística foi realizada através do software SPSS versão 20.0. Este trabalho recebeu aprovação da Comissão Científica Editorial do HG.
Foram identificados 74 pacientes, representando 58,26% de todos os óbitos,(54%) são do sexo feminino e 34 (46%) do sexo masculino, com idade média de 65,9 anos, assim distribuídos: oncologia 34%, clínica médica 27%, UTI 12%, emergência 7%, demais 20%. O questionário foi aplicado a 68% dos familiares, com escore médio de 3,23 (0-4). Melhores médias gerais foram para urgências e emergências e áreas clínicas, com escores 3,42 e 3,28, seguidas das áreas cirúrgicas e UTI, com escores 2,92 e 2,84. Pontos fortes: o domínio sobre os valores centrados no paciente, o domínio clínico e o domínio sobre as competências de personalização. Pontos a melhorar: domínio da comunicação, educação do paciente e familiar, competências afetivas, disponibilidade e humildade.
Concluímos que o cuidado de final de vida é prática comum no Hospital Geral de Caxias do Sul, principalmente nas áreas de Oncologia e Clínica Médica. Os escores globais da ferramenta utilizada demonstram bons resultados, mas existem áreas que necessitam de atenção: disponibilidade, humildade e comunicação são as que nos parecem oferecer as melhores oportunidades para melhorias.
Clínica Médica
Hospital Geral de Caxias do Sul - Rio Grande do Sul - Brasil
Caroline Morais Viezzer, Fabricio Piccoli Fortuna