VARIAÇÃO DAS TAXAS DE MORTALIDADE DO ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2005 E 2015
INTRODUÇÃO: O AVC - isquêmico (AVCI) ou hemorrágico (AVCH) - é uma alteração neurológica aguda, de origem vascular, que se caracteriza pela presença de sinais/sintomas de acometimento súbito e focal no cérebro. Está entre as maiores causas de morbi-mortalidade no mundo. Tem a aterotrombose como sua principal etiologia, e a presença de fatores de risco, modificáveis ou não, como facilitadora de seu desenvolvimento. É um evento mais comum na população idosa, podendo ser prevenido ou levar à incapacidade ou óbito.
OBJETIVO: Analisar e comparar as taxas de mortalidade secundária ao AVC em diferentes regiões, entre os anos de 2005 e 2015.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo observacional, descritivo de série temporal, a partir de dados obtidos através da plataforma eletrônica do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS).
RESULTADOS: Entre os anos de 2005 e 2015, foi observada uma diminuição na mortalidade por AVC entre as idades de 5 a 74 anos no Brasil, na Paraíba e em João Pessoa. No Nordeste, entretanto, essa taxa manteve-se praticamente constante. Essa atenuação pode ser justificada pela ampliação da assistência às vítimas de AVC no SUS, como a incorporação do trombolítico alteplase e a reestruturação dos serviços para tratamento e assistência centrados principalmente na Estratégia de Saúde da Família. Do financiamento para a saúde, uma grande parcela foi aplicada em 2014 tendo como meta esta redução, aumentando leitos e aprimorando o tratamento, tendo os idosos como foco maior, que apresentam maior taxa de mortalidade. Em 2005, o Brasil apresentou 20.029 mortes por AVC, já no ano de 2015, esse número decaiu para 17.030. Pode-se observar que o dado analisado variou em 15%. Essa diferença, no entanto, não foi percebida em regiões com menor poder econômico, como Nordeste e Norte, sendo observada principalmente no Sul e Sudeste. Isso se dá pela localização dos centros especializados nessas regiões, tornando as outras mais fragilizadas. Na Paraíba, em 2005, a mortalidade absoluta foi de 544, caindo para 288 em 2015. Essa queda pode ser observada, principalmente, nos centros de referência em saúde do Estado, como João Pessoa e Campina Grande.
CONCLUSÃO: É importante que o atendimento na atenção primária inclua a prevenção do AVC através do controle dos principais fatores de risco. Desse modo, os custos com terapêutica de casos graves de AVC serão reduzidos, bem como a incidência e mortalidade nas regiões Norte e Nordeste.
Palavras-chave: Acidente Vascular Cerebral. Taxa de Mortalidade. Fatores de Risco.
Clínica Médica
Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil, Universidade Federal da Paraíba - Paraná - Brasil, Universidade Federal de Campina Grande - Paraíba - Brasil
Taiane Oliveira Lima de Andrade Silva, Breno Guedes de Melo, Larissa Silva de Siqueira Figueiredo, Ivana da Silva Cruz, Paulo Soares de Andrade Filho