14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

HIPERCALCEMIA DA MALIGNIDADE ASSOCIADA A NEOPLASIA OCULTA DA MAMA. RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

Introdução: A hipercalcemia maligna ocorre em 20 a 30% dos casos de câncer. Classifica-se em leve (cálcio: 10,5 a 11,9mg/dl), moderada (cálcio: 12,0 a 13,9mg/dl) e grave (cálcio: ≥14mg/dl). Comum em tumores de mama, pulmão e mieloma múltiplo.
Há quatro mecanismos: hipercalcemia osteolítica local, (HOL); hipercalcemia humoral maligna (HHM); hiperparatireoidismo ectópico e secreção de 1,25 dihidroxivitamina D. A HHM, 80% dos casos, se deve a secreção de peptídeo relacionado ao paratormônio (PTH-rP), que promove reabsorção de cálcio. A HOL, 20% dos casos, deve-se a reabsorção óssea pelos osteoclastos adjacentes.
O quadro clínico é de sintomas neurológicos, disfunção renal, desidratação e alterações cardiovasculares.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso de hipercalcemia da malignidade e discutir sua etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento.

Delineamento/Métodos

Descrição do Caso: Paciente de 72 anos, feminino, com fraqueza, hiporexia, constipação intestinal, perda ponderal, apatia, incoordenação motora, confusão mental, desidratação intensa e tremores. Os exames investigativos evidenciaram anemia (Hb:8,1 g/dL), insuficiência renal aguda (Creatinina:2,0mg//dL), hipercalcemia (Calcio total medido:12,0mg/dL; Cálcio ionizado: 1,40mmol/L), paratormônio (PTH):1,59 pg/ml.
Devido à hipercalcemia sintomática, iniciou-se hidratação vigorosa e uma dose de pamidronato. Evoluiu com melhora dos sintomas, da função renal e da calcemia.
A eletroforese de proteínas era normal e a investigação radiológica evidenciou lesões osteolíticas em múltiplos ossos, inclusive no crânio. Optou-se pela biópsia de medula ósseas com imunohistoquímica, que foi compatível com carcinoma metastático de sítio primário em mama. No entanto a mamografia e a ultrassonografia de mamas estavam normais.

Resultados

-

Conclusões/Considerações finais

A história clínica, os achados radiológicos e laboratoriais, nos obrigam a pensar em hipercalcemia maligna. Para a investigação utiliza-se a dosagem de PTH, PTH-rP e 1,25 dihidroxivitamina D, função renal, exames de imagem, eletroforese e biópsias.
Houve boa resposta terapêutica na condução da hipercalcemia e as opções consistem em hidratação, bifosfonatos, calcitonina, denusumab, nitrato de gálio, presdnisona e hemodiálise. A hidratação é feita com solução salina e os bifosfonatos (Pamidronado e o Ácido Zoledrônico) detêm a osteólise e causam apoptose das células malignas.
O carcinoma oculto da mama é de prognóstico reservado, raro e se define por metástases com tumor primário indetectável.

Palavras Chaves

Hipercalcemia; Metástase neoplásica; Disfosfonatos; Câncer de Mama

Área

Clínica Médica

Instituições

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Gustavo Corrêa de Almeida, Vinícius Pereira Chaves, Bruna Bighetti, Amanda Oliveira Ortigoza, Victor Pereira Chaves