14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Surto de febre amarela na microrregião de Manhuaçu, Minas Gerais, no período de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017

Fundamentação/Introdução

Introdução: Febre amarela é uma doença infecciosa aguda e não contagiosa causada por vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae, transmitida ao homem por picada de mosquito infectado dos gêneros Aedes, Haemagogus e Sabethes. Áreas enzoóticas para febre amarela na América se localizam de modo mais extenso no Brasil, principalmente Norte e Centro-Oeste. Desde 2000, no entanto, a doença vem se espalhando para outras áreas. Desta maneira, de dezembro de 2016 a fevereiro de 2017, ocorreu no Brasil o maior surto dos últimos dez anos, atingindo principalmente Minas Gerais.

Objetivos

Objetivo: Traçar o perfil clínico-epidemiológico de 48 casos confirmados de febre amarela internados em Manhuaçu, Minas Gerais.

Delineamento/Métodos

Métodos: Trata-se de estudo descritivo e transversal. Os dados foram obtidos dos prontuários dos pacientes, para descrever perfil socioeconômico, condições de saúde e vacinação prévias, além do cálculo da taxa de ataque por município e por sexo, das taxas de letalidade e de sobrevida. Para o perfil clínico, avaliou-se os primeiros sinais e sintomas relatados pelos pacientes, o perfil laboratorial (hemograma, função hepática e renal) segundo tempo de internação e evolução do paciente. Os dados foram descritos em tabelas de frequência percentual e absoluta, e os dados quantitativos avaliados pela análise de variância pelo teste de Kruskal-Wallis ou pelo teste t, sendo significativas as diferenças em p<0,0001.

Resultados

Resultados: A doença acometeu principalmente homens (81%), economicamente ativos (45,0±15,06 anos), lavradores (85%). Os sintomas iniciais mais comuns foram mialgia, cefaleia e febre. A taxa de ataque foi maior em homens, o que confirma serem o grupo de risco. A maioria dos pacientes internados não eram vacinados (69%). A taxa de letalidade (13%) foi menor do que o esperado. Alterações hematológicas da doença foram plaquetopenia, leucopenia e linfocitopenia. Alterações na função hepática foram mais expressivas nos pacientes que evoluíram a óbito, com níveis de transaminases maiores que 1000, hiperbilirrubinemia direta e atividade de protrombina diminuída. A função renal foi comprometida de forma mais grave entre aqueles que faleceram, com proteinúria, elevação de ureia e creatinina.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: O perfil clínico-epidemiológico da amostra está em consonância com os conhecimentos científicos obtidos até o momento sobre febre amarela. Observou-se, porém, taxa de letalidade para casos graves significativamente menor do que as descritas em surtos anteriores.

Palavras Chaves

Febre amarela, epidemiologia, perfil clinico e laboratorial.

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital César Leite - Minas Gerais - Brasil

Autores

Marcelo Pereira Lima Filho, Jéssica Queiroz Alves do Vale, Leonardo Soares de Oliveira, Lamara Laguardia Valente Rocha, Tiago Pires Heringer