14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

MIOCARDITE AGUDA FULMINANTE EM ADULTO JOVEM: RELATO DE CASO

Fundamentação/Introdução

A miocardite é a doença inflamatória do miocárdio, com alta morbimortalidade, responsável por aproximadamente 21% dos casos de miocardiopatia (MCP) dilatada no adulto jovem e até 12% dos casos de morte súbita.

Objetivos

Analisar diagnóstico e manejo de miocardite aguda fulminante através de relato de caso acompanhado em Centro de Terapia Intensiva, em um Hospital Geral.

Delineamento/Métodos

KRM, homem, 32 anos, hígido. Histórico de dispneia, tosse produtiva, perda ponderal, diarreia e vômitos, iniciados há aproximadamente 15 dias. Sem melhora após antibiótico e corticoterapia domiciliar. À admissão, apresentava esforço respiratório, cardiomegalia, sobrecarga de ventrículo esquerdo (VE) e taquicardia ventricular não sustentada. Dosados marcadores de necrose miocárdica e teste para vírus da imunodeficiência humana sem alterações. Ecocardiografia transtorácica (ECOTT) demonstrou fração de ejeção de VE de 19% e hipertensão pulmonar. Evoluiu com baixo débito cardíaco, instabilidade hemodinâmica e insuficiência respiratória (Sepsis-Related Organ Failure Assessment-SOFA- dia 1= 11). Solicitados painel imunológico, sorologias virais e iniciada imunoglobulina humana, mediante hipótese de miocardite. Evoluiu com choque cardiogênico refratário (SOFA dia 2= 18) e óbito no quinto dia de internação hospitalar (SOFA dia 5= 23).

Resultados

Relato de caso.

Conclusões/Considerações finais

A fisiopatologia não é claramente estabelecida. Dentre as causas mais comuns se encontra a etiologia viral e a resposta imuno-mediada, que agrava a MCP. As manifestações clínicas variam de assintomático até franco choque cardiogênico e a maioria dos pacientes evolui com a eliminação do vírus, redução da resposta imune e recuperação da função ventricular. A pesquisa de sorologias virais é questionável, já que os sintomas podem iniciar-se semanas após a infecção. O ECOTT permite avaliar o tamanho das câmaras cardíacas, função sistólica e excluir outras causas de MCP (como doenças valvares). O diagnóstico final depende da análise histológica do miocárdio (mediante achado de infiltrado linfocítico e necrose celular), o que não é possível na maioria das vezes. O tratamento deve ser direcionado quando há causa específica, e genericamente feito com sintomáticos, inotrópicos, vasodilatadores e aminas nos casos de falência cardíaca. Estudos sobre o uso da imunoglobulina na MCP aguda fulminante demonstram associação desse tratamento com a melhora da função ventricular e diminuição da incidência de arritmias graves.

Palavras Chaves

Miocardite aguda, miocardiopatia, imunoglobulina

Área

Clínica Médica

Autores

Ana Carolina Batista Pacheco, Gabriela de Campos Viveiros, Lívia Caetano Vasques, Guilherme Borim Mirachi