SÍFILIS LATENTE TARDIA E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE: UM RELATO DE CASO
Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%. O aumento da incidência da sífilis adquirida teve como consequência o ressurgimento da sífilis congênita em países onde esse agravo parecia já estar controlado, além de estar associado a várias complicações da doença.
Relatar um caso de uma paciente tratada anteriormente com esquema alternativo para sífilis secundária, evoluindo após três anos com púrpura trombocitopênica e complicações hemorrágicas, obtendo melhora após uso de imunoglobulina, corticoterapia e tratamento de sífilis latente tardia.
Este estudo seguirá o modelo de relato de caso. Os dados foram obtidos de prontuário, com anamnese e exames complementares, em Hospital público de São Paulo-SP, em 2017.
Paciente, feminino, 54 anos, parda, casada, com queixa de episódio de dor em joelho direito há 2 semanas, durante a qual fez uso de anti-inflamatório por conta própria, com melhora. Refere que um dia depois apresentou quadro de petéquias pelo corpo, equimoses principalmente em pernas. Três dias antes da admissão, apresentou epistaxe importante com resolução com compressa, associada à hematúria macroscópica e tontura. Negou febre, outros sintomas e episódios prévios.
De antecedentes, paciente referiu sífilis secundária, com manchas eritematosas em membros superiores em 2014, com biópsia de pele mostrando dermatite com infiltrado neutrofílico intersticial. Foi tratada com medicação desconhecida (provavelmente doxiciclina por 21 dias), parceiro não foi tratado.
Ao exame físico: REG, extremidades: presença de equimoses e petéquias em membros. Exames laboratoriais: Hemoglobina: 11,9, leucócitos: 8510, plaquetas: < 10 mil, VDRL: ½, FTA-ABS: reagente, HIV: N/R, FAN: N/R.
Recebeu 1 dose de imunoglobulina endovenosa, albendazol e pulsoterapia por 3 dias com metilprednisolona. Recebeu tratamento com Ceftriaxona 2 gramas endovenoso para Sífilis latente tardia por 10 dias. Evoluiu com plaquetas de 89 mil após termino do tratamento, logo depois de um dia com plaqueta de 116 mil e depois 143 mil na alta.
Alguns casos de Púrpura trombocitopênica estão associados com uma infecção viral anterior ou menos comumente, com infecção bacteriana. Neste caso houve melhora do quadro de plaquetopenia com tratamento adequado de sífilis latente tardia com púrpura trombocitopênica imunológica.
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Clínica Médica
CONJUNTO HOSPITALAR DO MANDAQUI - São Paulo - Brasil
TICIANA ALMEIDA VERAS, YASMINA MANSUR