14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Neurocriptococose por Cryptococcus neoformans em indivíduo imunocompetente

Fundamentação/Introdução

A Criptococose é uma infecção fúngica causada pelo criptococo nas suas duas variedades: Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformans. A primeira, ocorre mais frequentemente em indivíduos imunocomprometidos e a segunda acomete principalmente indivíduos imunocompetentes.

Objetivos

Relatar caso de neurocriptococose por Cryptococcus neoformans em paciente imunocompetente.

Delineamento/Métodos

Homem, 50 anos, apresentando alteração comportamental e cefaléia leve há 1 ano, evoluindo nas últimas 3 semanas com piora da cefaléia, tonturas, vômitos e sonolência. Ao exame, se apresentava desorientado, com dismetria bilateral (pior à esquerda), tremor de ação à esquerda, ataxia de marcha com base alargada, tendência de queda para esquerda e sinal de Romberg positivo. A ressonância magnética externa evidenciou pequena lesão nodular intraventricular temporal direita e moderada dilatação do sistema ventricular. Análise de líquor evidenciou 28 leucócitos/mm³ (98% mononucleares), proteínas totais 653 mg/dL, glicose 5 mg/dL, ácido láctico 5,13 mmol/L. Pesquisa de fungos mostra leveduras Cryptococcus neoformans. Sorologias para HIV, hepatites e sífilis negativas. Realizou tratamento com Anfotericina B e Fluconazol.

Resultados

A criptococcose causada pelo Cryptococcus neoformans é uma doença especialmente de pessoas imunocomprometidas, sendo a meningite a manifestação clínica mais comum. Este microrganismo é inalado no meio ambiente, causando uma infecção pulmonar, sendo que em pacientes imunocompetentes geralmente é assintomática. Caso o paciente venha a se tornar imunodeprimido, a infecção pode disseminar-se, inclusive para o sistema nervoso central, podendo apresentar cefaléia progressiva por semanas, confusão mental, rigidez de nuca, letargia e alterações visuais. O diagnóstico é feito quando a levedura se desenvolve em cultura. O exame de aglutinação com látex é altamente sensível e específico. O líquor característico apresenta aumento de leucócitos com predomínio de linfócitos, proteína aumentada e glicose reduzida. Todos os pacientes devem realizar exame de imagem na busca de lesões maciças e também para avaliação dos ventrículos. O tratamento é prolongado podendo ser realizado com Anfotericina B, Flucitosina e Fluconazol. Pacientes imunocompetentes com quadro clínico grave devem ser manejados como imunossuprimidos.

Conclusões/Considerações finais

Por se apresentar com uma variedade clínica e radiológica, a neurocriptococose no imunocompetente mostra-se um desafio diagnóstico.

Palavras Chaves

Criptococose, Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil

Autores

Maria Eduarda Heizen de Almeida Coelho, Renata Della Giustina, Thais Conde Masagão Ribeiro, Rodrigo Duarte Perez