ADENOCARCINOMA GÁSTRICO EM PACIENTE ABSORTO AOS SINAIS DE ALARME: RELATO DE CASO
A alta incidência de câncer gástrico nos coloca frente a um problema de saúde preocupante, demandando conhecimento e condutas acertadas, principalmente diante de uma clínica com sinais de alarme persistentes e diagnóstico tardio.
Relatar um caso de adenocarcinoma gástrico em paciente absorto aos sinais de alerta.
Estudo descritivo tipo relato de caso.
M.S., sexo feminino, 37 anos. Paciente buscou atendimento médico com quadro de dor epigástrica de forte intensidade, associada a náuseas, vômitos e eructações de odor fétido há 03 anos, além de hiporexia e perda ponderal de 22kg em 11 meses, que representa 27% do seu peso corporal. Em uso de Inibidor de Bomba de Prótons. Relatou histórico familiar de câncer intestinal e como hábitos de vida, destaca-se dieta hipolipídica e sem irritantes gástricos. Exames laboratoriais indicaram anemia, com hemoglobina de 7,9g/dL. Foi solicitada Endoscopia Digestiva Alta (EDA), que evidenciou presença de lesão úlcero-infiltrativa na região final do antro, além de mucosa friável e endurecida que dificulta acesso ao duodeno. O anatomopatológico da biópsia gástrica apresentou adenocarcinoma tubular moderadamente diferenciado, tipo intestinal de Lauren e pesquisa de Helicobacter pylori negativa. Em seguida, foi submetida a Laparotomia Exploradora (LE), com achados de ascite moderada, grande massa em piloro/antro gástrico e múltiplos implantes peritoneais, sugerindo carcinomatose peritoneal, com realização de gastroanastomose.
Muito se tem discutido sobre a promoção e a prevenção da saúde, porém há limitações de campanhas de conscientização e programas de rastreamento relacionados à morbimortalidade do adenocarcinoma gástrico, principalmente quando a sobrevida do paciente depende de uma clínica precoce. Diante disso, é fundamental destacar como parte de uma vigilância ativa para tumor gástrico a solicitação em tempo apropriado de uma EDA, que tem indicações precisas quando em qualquer idade apresenta sinais de alarme, como anemia, perda de peso, vômitos recorrentes e disfagia. Portanto, é imprescindível uma investigação minuciosa para o estabelecimento de um diagnóstico precoce com avanço na qualidade de vida desses pacientes.
Adenocarcinoma gástrico; sinais de alarme; diagnóstico tardio.
Clínica Médica
Isa Maryana Araújo Bezerra de Macedo, Mara Juliane Silva Jovino, Crislanny Regina Santos da Silva, George Alexandre Lira