Administração de Fluidos em pacientes com Sepse e Choque Séptico
A estratégia ótima de ressuscitação com fluidos nas primeiras horas de sepse e choque séptico é controversa, sendo recomendada uma abordagem agressiva e conservadora.
Avaliar a mortalidade de pacientes com sepse e choque séptico de acordo com a quantidade de fluidos administrados.
Foram utilizados o banco de dados de dois hospitais públicos de 2006-2016, para analisar a administração de fluidos no primeiro dia da UTI em 643 pacientes com sepse grave e choque séptico. A administração de volume foi dividida em três categorias: menor ou igual a 1L, entre 1L e 5 L e maior ou igual a 5L. Ainda, foi avaliada a presença de ventilação mecânica. A análise dos dados foi realizada pelo teste qui-quadrado, sendo considerado significativo o p<0.05. Trata-se uma coorte retrospectiva.
A administração de fluidos no primeiro dia foi em média 3 L, sendo um pouco maior (4,5L) no grupo com ventilação mecânica e choque. A mortalidade hospitalar em toda a coorte foi de 82.7%. A ressuscitação com baixo volume (<1L) foi associada a maior mortalidade (p=0.0002), enquanto o grupo que recebeu entre 1-5L apresentou redução da mortalidade (p=0.0040), novo aumento da mortalidade pôde ser observado nos pacientes que receberam mais de 5L de fluidos (p=0.05).
Observamos que a administração moderada de fluidos foi associada a menor mortalidade. Em contrapartida tanto o menor volume (<1L) quanto ressuscitações agressivas nas primeiras 24h de sepse ou choque séptico foram associadas a maior mortalidade.
Sepse; Choque séptico; Ressuscitação
Clínica Médica
Hospital Estadual de Bauru - São Paulo - Brasil
Izabela Sinara Silva Alves, Renata Esteves Cassiano, Pedro Ivo Marques, Mariana Reis Ceu, Bruno Nascimento Rosa Hercos