Diagnóstico e conduta diante de lesões desmielinizantes pseudotumorais
As lesões pseudotumorais desmielinizantes são um tipo raro de doença desmielinizante do sistema nervoso central, de difícil diagnóstico por não exibirem aparência típica em exames de ressonância magnética. Podem se manifestar como uma lesão solitária ou lesões esparsas, que causam efeito de massa e edema cerebral.
Chamar a atenção para o diagnóstico de lesões desmielinizantes pseudotumorais, por ocasionarem sintomatologia variada.
Homem, 59 anos, chegou ao Hospital Universitário Alzira Velano relatando cefaleia occiptal, queda do estado geral há 30 dias, monoplegia em membro superior esquerdo, ptose palpebral e desvio de rima labial à esquerda.
Exame físico: regular estado geral, Glasgow 15, pupilas isofotorreagentes, monoplegia em membro superior esquerdo, com força grau I e rigidez espástica. Força preservada nos demais membros. Tomografia de crânio mostrou áreas de hipodensidade em região parietal direita e occipital esquerda. Diagnóstico inicial de acidente vascular encefálico isquêmico. Durante a investigação, suspeitou-se de neoplasia. Ressonância magnética revelou lesões desmielinizantes pseudotumorais em regiões frontoparietal direita e parieto-occipital esquerda. Ausência de bandas oligoclonais no líquor. Discutida a possibilidade de ressecção cirúrgica para biópsia, porém optou-se pelo tratamento medicamentoso. O paciente foi submetido à pulsoterapia com corticoide sem intercorrências e após oito dias de internação recebeu alta hospitalar para acompanhamento ambulatorial, em uso de Fenitoína, Dexametasona e medicações para controle da dor.
O diagnóstico das lesões desmielinizantes pseudotumorais representam um dilema, pois são comumente confundidas com gliomas. Muitas vezes, não é possível a confirmação por meio de estudo radiológico, mas somente após ressecção cirúrgica e biópsia. Entretanto, a maioria dos pacientes tem resposta favorável ao tratamento com corticosteroides, apresentando melhora dos sintomas e redução ou desaparecimento total das anormalidades radiológicas, o que levou à decisão pelo tratamento medicamentoso no caso relatado. Assim, a melhora do conhecimento sobre os aspectos clínicos e radiológicos da doença permite o diagnóstico correto e leva ao tratamento mais adequado, proporcionando uma melhor resposta e evitando ressecções desnecessárias.
Doença desmielinizante, diagnóstico, conduta
Clínica Médica
Hospital Universitário Alzira Velano - Minas Gerais - Brasil, Universidade José do Rosário Vellano - Minas Gerais - Brasil
Bianca Tavares De Figueiredo, Ana Laura Silva Oliveira, Renan Zuliani Solidário De Souza, Wilson Gonçalves Silva Jr, Rachele Tamika Petrizzo