14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Doença de Vogt-Koyanagi-Harada: Pulsoterapia com metilprednisolona

Fundamentação/Introdução

Vogt em 1906 descreveu uma uveíte bilateral em pacientes com poliose. Em 1926, Harada relatou cinco casos de uveíte com descolamento seroso da retina associados à pleocitose no líquor. Koyanagi em 1929 descreveu seis casos com iridociclite bilateral crônica, associada à vitiligo, alopecia e poliose dos cabelos associados à surdez e zumbido. Babel em 1932 sugeriu que estas manifestações se tratavam da mesma entidade clínica, conferindo-lhe o nome de doença de Vogt-Koyanagi-Harada (VKH). Clinicamente pode cursar em quatro fases: prodrômica, aguda/uveítica, convalescente e crônica. É uma doença sistêmica autoimune que agride tecidos que contêm melanócitos como úvea, ouvido interno, meninge e pele, em indivíduo geneticamente susceptível. O prognóstico é considerado bom desde que um tratamento adequado seja instituído precocemente, que compreende corticoterapia sistêmica em altas doses com retirada gradual por, no mínimo, 6 meses.

Objetivos

Relatar um caso clínico de doença de VKH atendido em um pronto socorro oftalmológico e que foi instituída pulsoterapia com metilprednisolona.

Delineamento/Métodos

E.A.S., feminino, 35 anos, parda. Deu entrada no pronto socorro referindo olho direito vermelho há 20 dias e no olho esquerdo após 5 dias. Refere também baixa acuidade visual de rápida progressão em ambos os olhos(AO) há 3 dias. Nega outras doenças, trauma e cirurgia ocular prévia. Ao exame oftalmológico, encontrava-se com melhor visão 20/100 no olho direito e ver vultos no olho esquerdo. Reflexos pupilares direto e consensual preservados. Biomicroscopia: conjuntiva hiperemiada e reação inflamatória de 3+/4+(uveíte anterior). Fundo de olho: múltiplos descolamentos serosos de retina, observados também por tomografia de coerência óptica.
Aventada a hipótese de doença de VKH. Solicitado exames e iniciado Albendazol 400mg/dia por 3 dias. Após 3 dias e exames sorológicos negativos, foi internada para pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia por 3 dias.

Resultados

Após a pulsoterapia, houve melhora clínica com acuidade visual de 20/25(AO) e ausência do deslocamento seroso de retina. Após alta hospitalar foi prescrito prednisona 1mg/kg/dia via oral, em regressão lenta. Após 6 meses encontra-se sem recorrência da doença.

Conclusões/Considerações finais

No âmbito oftalmológico, a corticoterapia sistêmica em altas doses para doenças autoimunes mostra-se eficaz e segura, possibilitando uma recuperação das estruturas oculares demonstrado principalmente pelo retorno da acuidade visão a níveis anteriores e ausência de atividade inflamatória intraocular.

Palavras Chaves

Área

Clínica Médica

Instituições

UNILAGO - São Paulo - Brasil

Autores

Caroline Barros Vaz, Felipe Pereira Barros Maia, Ana Cláudia Monteiro Maia