A importância do diagnóstico precoce de aracnoidite adesiva: uma doença iatrogênica subdiagnosticada
A aracnoidite é um processo inflamatório inespecífico causado por invasão do espaço subdural que produz mudanças patológicas na configuração original da membrana aracnóidea. Tal processo resulta em proliferação a outras estruturas intratecais, levando a fibrose e aderências envolvendo raízes nervosas, a aracnoide, a medula espinhal e a dura-máter. Sua progressão causa permanente incapacidade caracterizada por dor intensa, déficit neurológico e outros sintomas correlacionados.
Relatar o caso de uma paciente portadora de aracnoidite adesiva cujo diagnóstico tardio inviabilizou as opções de tratamento e conscientizar sobre a doença no meio médico – que é pouco estudada – e assim tornar seu diagnóstico mais viável.
As informações foram obtidas por entrevista com a paciente, registro fotográfico dos exames diagnósticos e revisão da literatura.
Após procedimento de implantação do cateter para controle álgico secundário a fratura sacrococcígea, paciente evoluiu com dor incapacitante persistente, sem a identificação de substrato anatomopatológico que justificasse. A importância do diagnóstico dá-se para identificação da lesão para que o tratamento seja específico para o tipo de dor – neuropática. Estudos indicam que o diagnóstico precoce (até 3 meses) guarda correlação com melhora de prognóstica, porém não tem impacto em cura, posto tratar-se de uma patologia até o momento sem perspectiva de tratamento curativo, apenas evolutivo e sintomático.
Por trata-se de uma condição rara, incapacitante, na maioria das vezes iatrogênica e de prognóstico indefinido, é importante o conhecimento dos fatores de risco e diagnósticos diferenciais por parte dos profissionais de saúde para a precocidade no diagnóstico e início da terapêutica até o momento preconizada, uma vez que tais medidas têm demonstrado melhora prognóstica, mesmo no sentido de se evitar intervenções invasivas desnecessárias.
aracnoidite, neuropatia
Clínica Médica
Mariane Carriel Honório, Karina de Moura Rumi, Ronaldo Silva