14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Hepatite medicamentosa por ácido acetilsalicílico (AAS) ou atividade do quadro de Still?

Fundamentação/Introdução

Doença de Still é uma condição rara afetando cerca de 0,16 casos por 100.000 habitantes, cujo espectro pode incluir lesão hepática. Hepatite medicamentosa por AAS é uma associação incomum.

Objetivos

Relatar caso de Doença de Still com desenvolvimento de hepatite após introdução de AAS.

Delineamento/Métodos

Caso

Resultados

Paciente sexo masculino, 26 anos, com queixa de poliartrite assimétrica aditiva de início há 1 semana, inicialmente em punho direito, após 2 dias em articulação condroesternal direita e um dia após comprometimento de joelhos bilateralmente, associado a febre diária de 39-40ºC, rash cutâneo maculopapular e mialgia. Apresentou 15 dias antes do início dos sintomas diagnóstico de amigdalite bacteriana sendo tratado com amoxicilina por 7 dias. História pessoal de febre reumática com apenas comprometimento articular aos 5 anos, com uso de penicilina benzatina até 18 anos. Apresentava leucocitose de 20880 com 86% de segmentados e desvio a esquerda, com elevação de provas de atividade inflamatória (proteína C ativada 270 e velocidade de hemossedimentação 120), ferritina 89110, função hepática e renal normais e esplenomegalia leve ao ultrassom. Iniciado tratamento com AAS 4 gramas/dia, com principais hipóteses de recorrência de febre reumática e doença de Still, aguardando resultado de sorologias virais, fator reumatoide (FR) e Anti-CCP. Paciente evoluiu com melhora parcial do quadro articular, mantendo-se febril. No 8º dia de tratamento apresentou elevações de enzimas hepáticas (AST: 707, ALT: 1100), sem manifestações clínicas. Pela suspeita de hepatite medicamentosa pelo AAS, o mesmo foi suspenso e iniciado prednisona 20 mg/dia. Apresentou melhora progressiva das enzimas hepáticas, com normalização após 2 semanas. Outros exames laboratoriais foram negativos. Recebeu alta após 11 dias com melhora significativa do quadro articular, afebril, com seguimento no ambulatório de reumatologia, com hipótese diagnostica de doença de Still.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico baseia-se nos critérios de Yamaguchi sendo necessários pelo menos 5 achados e excluídas infecção, malignidade e outras doenças reumáticas. Elevações de enzimas hepáticas são vistas em 75% dos pacientes com Doença de Still. Lesão hepática induzida por drogas (LHID) pode se apresentar desde elevação assintomática de transaminases à hepatite fulminante. Lesão hepática induzida por AAS não está tão bem documentada como a Síndrome de Reye em crianças; entretanto o diagnóstico deve ser considerado, especialmente quando AAS for usado em altas doses.

Área

Clínica Médica

Instituições

HOSPITAL DAS CLÍNICAS UNICAMP - São Paulo - Brasil

Autores

Heloana Albino Campos, Marcos Vieira Rangel Pereira , Diego Quilles Antoniassi, Alex Cardoso Perez, Henrique Alcântara Engleitner