14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Padrões espaciais da epidemiologia dos acidentes motociclísticos em Foz do Iguaçu -PR, Brasil.

Fundamentação/Introdução

Os motociclistas compõem um dos grupos mais vulneráveis aos acidentes de trânsito, e estes constituem uma das principais causas de alta mortalidade e incapacidade funcional. Representa, ainda, um grande problema de saúde pública, cujas taxas têm se elevado, uma vez que, o número de acidentes de trânsito aumentam na medida em que a população possui maior acesso às motocicletas, como meio de transporte de baixo custo.

Objetivos

Analisar a distribuição espacial de acidentes motociclísticos atendidos em um pronto socorro municipal em Foz do Iguaçu, no ano de 2014.

Delineamento/Métodos

Os dados sobre acidentes de motos foram obtidos junto aos arquivos médicos do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu e no banco de dados públicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O número absoluto de acidentes motociclísticos foram calculados segundo os 327 setores censitários do município, georreferenciados e analisados utilizando-se os programas GeoDaTM e QGis® 2.14. Os dados foram analisados quanto à associação com indicadores socioeconômicos e demográficos censitários, por meio da análise exploratória de dados espaciais e a análise de Moran global e análise de indicadores locais de associação espacial (LISA), considerando-se α = 0.05.

Resultados

No período estudado, foram registrados 1326 acidentes motociclísticos, com predominância de condutores do sexo masculino (74,5%) e idade entre 15 e 30 anos (26,8%). Ocorreram, em média, 60 ocorrências por 10.000 habitantes segundo setores censitários, variando entre 0 e 98 e predominando as ocorrências de queda de moto (35,5%), seguido de colisão entre carro e moto (25,1%). Verificou-se autocorrelação espacial positiva significativa (I=0,0897; p=0,008) segundo as taxas de acidentes motociclísticos por 10.000 habitantes e local de ocorrência, demonstrando que setores censitários com altas taxas de acidentes estão rodeados por setores com altas taxas e vice-versa. Na análise bivariada de Moran Global, constatou-se correlação espacial positiva significativa entre as taxas de acidentes e as variáveis ‘domicílios alugados´ (I=0,1307, p=0,003) e correlação negativa com ‘renda per capita’ (I=-0,1471; p=0,001) e ‘moradias com 10 pessoas’ (I=-0,0706; p=0,001).

Conclusões/Considerações finais

Disparidades socioeconômicas foram significativamente relevantes para a presença de mais ocorrências de acidentes motociclísticos, apontando para um grave problema social, tendo impacto direto na rede de urgência e emergência do município.

Palavras Chaves

Acidentes de trânsito; Análise Espacial; Epidemiologia; Serviço Médico de Emergência.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Estadual de Maringá - Paraná - Brasil, Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Paraná - Brasil

Autores

Alisson Rodrigo Belini, Naidiane Gandolfi Pavoski, Hugo Antônio Lemes Valdez, Oscar kenji Nihei, Luciano Andrade