14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Leptospirose: dificuldades no diagnóstico diferencial

Fundamentação/Introdução

A leptospirose é uma zoonose, de notificação compulsória, causada por leptospiras patogênicas e transmitida principalmente pelo contato com urina de animais infectados. As duas principais manifestações clínicas são: (I) doença febril anictérica autolimitada (85%-90% dos casos), (II) síndrome de Weil caracterizada por icterícia, insuficiência renal aguda (IRA), hemorragia e miocardite com arritmias.

Objetivos

Relatar o caso de um paciente com diagnostico de leptospirose, discutindo a apresentação da forma grave da doença e dificuldade do diagnóstico.

Delineamento/Métodos

Estudo observacional do tipo relato de caso.

Resultados

FWP, 49 anos, casado, branco, advogado, residente em Belo Horizonte , iniciou no dia 10/06 quadro de mialgia e febre (38,5). Procurou atendimento médico levantado hipótese diagnóstica de dengue, orientado hidratação e sintomáticos, sem melhoras. Com agravamento do quadro clínico, procurou novamente atendimento médico em 12/07 com aparecimento de vômitos, inapetência, cefaléia e piora da mialgia sendo então internado na enfermaria. Algumas horas depois evolui com diarreia e hipotensão refratária a reposição volêmica sendo transferido para UTI. Dois dias após internação evoluiu com insuficiência renal aguda associada a hipocalemia, plaquetopenia, sendo tranfundido com hemoderivados e coletado sorologia para leptospirose e dengue (negativa). Evoluiu com insuficiência respiratória aguda sendo intubado e iniciado antibióticoterapia . Posteriormente paciente relatou antecedentes epidemiológicos para leptospirose, e durante a internação apresentou sorologia positiva para leptospirose. O paciente apresentou boa evolução, recebendo alta hospitalar no dia 30/06/17, recuperando a função renal sem necessidade de terapia dialítica.

Conclusões/Considerações finais

No Brasil, a doença tem distribuição endêmica, com surtos no verão. Em 2016, confirmaram-se 142 casos e 20 óbitos em Minas Gerais. O diagnóstico baseia-se no quadro clínico, dados epidemiológicos, sendo confirmado por testes laboratoriais. O diagnóstico clínico pode ser difícil, como no caso descrito, havendo possibilidade de confusão com outras síndromes febris. Após o advento da diálise, o quadro pulmonar consiste na principal causa de óbito. Assim, é imprescindível que os profissionais estejam cientes dos quadros, evolução e epidemiologia da doença, evitando desfechos fatais e dando suporte e tratamento precocemente.

Palavras Chaves

Leptospirose, sindrome febril

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

Daniella Cristina Brites Almeida, Barbara Gutmann Trad, Cezar Goncalves Carvalho, Daniella Reis Rebello, Maria José Ferreira