Análise do perfil de morbimortalidade de aterosclerose no estado de Minas Gerais comparado à região sudeste
Doenças de natureza aterosclerótica são a causa maior de morbimortalidade na faixa etária adulta, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Obesidade, dislipidemia, dentre outros fatores, podem ser precursores dessa patologia, quando não tratados. Dessa forma, é relevante a análise descritiva desse perfil para reafirmar a importância de um manejo correto de pacientes com esse perfil e sua prevenção.
Analisar o perfil de morbimortalidade de aterosclerose no estado de Minas Gerais em comparação ao da região Sudeste.
Estudo descritivo, com dados obtidos pelo DATASUS, com as variáveis sexo, faixa etária, etnia e taxas de mortalidade e internação por aterosclerose no estado de Minas Gerais e região Sudeste de 1/2008 a 1/2017.
A região Sudeste (SE), apresentou uma quantidade total de 63.713 internações associadas a aterosclerose. Dessas, 22,9% das internações foram no estado de Minas Gerais (MG), sendo o 2º estado mais incidente após São Paulo com 53%. Em MG a faixa etária mais atingida foi de 60-69 anos (4.039 casos), sendo o grupo infanto-juvenil o menos atingido. O sexo masculino foi o mais acometido no SE (55,1%) e em MG (8.039 casos), já a taxa de mortalidade (TxM) em ambos os casos foi maior na população feminina (SE – 4,82; MG – 4,31); TxM masculina de 4,08 (SE) e 3,64 (MG). Quanto à etnia, em MG, pardos (34,79%), brancos (26,65%), e negros (5,71%). No SE, entretanto, os brancos representaram maioria (45,05%), pardos (24,31%) e negros (5,96%). A (TxM), em MG, foi superior em negros (5,51), enquanto no SE esta taxa foi de 3,79, e os brancos possuíram maior TxM (4,16).Em MG destaca-se a TxM de amarelos e indígenas (11,90 e 33,33) que foi muito superior à TxM para os mesmos no SE (4,40 e 17,65, respectivamente). A TxM média do SE foi de 4,41, enquanto em MG foi de 3,95, sendo a menor dentre os estados da região.
A análise do perfil epidemiológico da população atingida por aterosclerose permite a elaboração de melhores estratégias para o combate desta patologia e suas consequências. Em MG se faz necessário uma abordagem mais completa na população indígena e amarela, a fim de reduzir a alta TxM, todavia o estado possui a melhor TxM da região, e deve-se analisar os diferenciais do atendimento nessa localidade para que seja exemplo em outros locais. Por fim, já que MG é o 2º do SE em número de internações, se fazem necessárias campanhas de prevenção e conscientização mais abrangentes.
Aterosclerose; Patologia; Pacientes
Clínica Médica
Livia Liberata Barbosa Bandeira, Camylla Santos Souza, Arquizia Morais Albuquerque, Isabela Corrêa Cavalcanti Sá, Joao Davi Souza Neto