Síndrome de Evans em paciente com artrite reumatoide : relato de caso
A Síndrome de Evans (SE) é uma anemia hemolítica definida por combinação simultânea ou sequência de anemia hemolítica autoimune (AHAI) e púrpura trombocitopênica imunológica (PTI). Pode ser classificada como primária quando aparece isolada, o que corresponde à maioria dos casos; ou secundário quando associada a outra doença – Mais comumente o lúpus eritematoso sistêmico e colagenases.
Relatar caso de Artrite reumatóide evoluído para SE.
ADS, 24 anos, pardo, sexo masculino, proveniente de Governador Nunes Freire, Maranhão. Histórico de artrite reumatoide juvenil indiferenciada, apresenta há um mês quadro de artralgia difusa e astenia, nega febre e sangramentos. Sendo internado no dia 16/07/2017 no Hospital Dr. Carlos Macieira, o hemograma revelou anemia e plaquetopenia severa com hemoglobina:7.1 g/dl, leucócitos:6660/mm3 , plaquetas:14.000/mm3, ácido fólico:3.96, transferrina:130.96 mg/dl e ferro sérico: 44μg/dl, ferritina:1063.4 ng/ml atividade protombínica:64%, vit.B12:370pg/ml, reticulócitos:8,52% /444.200 mm3 , sendo solicitado mielograma pela hematologia que evidenciou figuras de histiócitose e hemofagocitose iniciando a pulsoterapia com metilprednisolona 1g/dia durante três dias para avaliação ao uso da ciclosporina e seguido por prednisona 40mg/dia , associado a profilaxia de Pneumocystis carinii.
Com o uso da pulsoterapia notou-se ascensão dos níveis hematimétricos , aumento da contagem plaquetária, contudo houve declínio da hemoglobina para6.7g/dl sendo realizado transfusão sanguínea e continua sem sangramentos . Paciente evoluiu com piora clínica cursando com confusão mental. Esta tendo hipótese diagnóstica pela corticoterapia ou acidente vascular encefálico hemorrágico, sendo descartada pela tomografia. Solicitou-se o parecer da reumatologia que decidiu manter o uso dos corticóides.
Por ser uma patologia incomum, torna-se difícil diagnóstico da SE exigindo alto grau de percepção para o reconhecimento clínico e laboratorial, o que se soma ao fato de ser uma doença que cursa com hemólise, somado a isso devemos considerar o sexo e a idade do paciente fora dos padrões relatados pela literatura. Enfatiza ainda, a importância da investigação de causas secundárias com vistas ao seu controle específico e eficaz, primando a corticoterapia como primeira linha de tratamento.
artrite juvenil, anemia hemolítica autoimune , doenças autoimunes
Clínica Médica
Leticia Castro Freire, Juliana Barros Oliveira Silva, Renata Dionísio Nunes de Oliveira, Ingredy Eylanne Monroe Carvalho, Luis Felipe Castro Pinheiro