14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso de recuperação de morte súbita domiciliar

Fundamentação/Introdução

Introdução: A tempestade elétrica em pacientes sem CDI (Cardioversor-desfibrilador implantável ) é definida como a ocorrência de três ou mais episódios taquicardia ventricular ( TV) e/ou fibrilação ventricular (FV), que requer múltiplas cardioversões elétricas (CVE) ou desfibrilações em 24 horas. Tais episódios de TV e FV podem levar a morte súbita.

Objetivos

Objetivos: Relatar um caso de recuperação de morte súbita com indicação de implante de CDI bicameral.

Delineamento/Métodos

Descrição do caso: Paciente, sexo feminino, 79 anos, portadora de HAS, DRC não dialítica e DAC (IAM e CRVM prévios) foi socorrida em domicílio após episódio de sincope/PCR de provável origem cardiogênica, com queda da própria altura. Inicialmente socorrida pelas filhas que realizaram manobras de RCP, foi atendida pelo SAMU, realizada desfibrilação e intubação orotraqueal. Transferida ao CTI. ECG da admissão evidenciava fibrilação atrial com infra de ST de cerca de 1,5mm. Realizada CATE: artérias coronárias diagonal anterior (DA), circunflexa, coronária direita (CD) e ponte safena ocluídas, Mamária-Diagonal e radial-Marginal esquerda pérvias, colateral para CD e DA cronicamente ocluídas. Iniciada impregnação com Amiodarona sem sucesso. Evoluiu com episódios de repetição de Taquicardia Ventricular Sustentada hipotensiva, realizadas 15 tentativas de CVE.

Resultados

Manteve instabilidade elétrica; reiniciada dose de ataque Amiodarona e Lidocaína, com posterior manutenção de ambas. Houve, então, mudança para ritmo sinusal regular, sendo reduzidas doses de antiarrítmicos. Recebeu alta para Enfermaria com indicação de implante de CDI. Exames: ECOTT: FE 38%. AE 52. PSAP 49mmHg. VE com dilatação importante, déficit segmentar da contratilidade e disfunção sistólica moderada. Holter 24h: Ritmo de Fibrilação Atrial predominante. Período de Flutter Atrial das 4h até o fim da gravação. FC média de 128bpm. FC mínima de 50bpm e máxima de 213bpm. 1519 extrassístoles ventriculares isoladas e polimórficas. 105 episódios de TVS e 75 EV pareadas. Instabilidade elétrica ventricular de alta incidência.

Conclusões/Considerações finais

Conclusões: O uso de drogas antiarrítmicas concomitantemente ao implante do CDI tem mostrado melhores resultados do que o uso isolado medicamentoso. Em pacientes idosos e com comorbidades, a indicação do CDI deve ser analisada. Neste caso, a paciente foi recuperada de morte súbita e apresentou períodos compatíveis com tempestade elétrica tendo indicação para implante do CDI e uso concomitante de antiarrítmicos.

Palavras Chaves

Tempestade elétrica, Morte súbita, Cardioversor-desfibrilador implantável

Área

Clínica Médica

Autores

Carolina Souza Galvao, Kenia Cristina Correia Martins, Luciana Cristian Coelho Garcia, Maria Carmo Rabelo Alvim Rodrigues, Francisco Rezende Silveira