Epidemiologia das crianças de até 9 anos portadoras de epilepsia no Brasil entre os anos de 2011 a 2016.
A epilepsia é um distúrbio crônico caracterizado pela presença de crises recorrentes, resultantes de uma descarga excessiva de neurônios, que acarreta em riscos ao desenvolvimento físico, psíquico e cognitivo da criança. A epilepsia é a condição neurológica grave de maior prevalência no mundo, afetando cerca de 60 milhões de pessoas.
Traçar o perfil epidemiológico de crianças de até 9 anos portadoras de epilepsia no Brasil de 2011 a 2016.
A pesquisa é um estudo descritivo e de caráter temporal. Para sua execução foram utilizados dados do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), na parte de informações de saúde e no subitem “Epidemiológicas e Morbidade”. As informações foram acessadas na opção “Gerais, por local de internação - a partir de 2008”, tendo como abrangência geográfica “Brasil por região e unidade de federação”. Em seguida, os dados foram delimitados ao período de janeiro de 2011 a dezembro de 2016 e utilizaram-se as informações referentes ao grupo de “ Epilepsia” na lista de morbidade do CID-10.
No período estudado, foram observados 298.317 internações correspondontes à pacientes portadores de epilepsia no Brasil, sendo 99.589 (33,38%) equivalente à internações de crianças com até 9 anos de idade. Neste cenário, destacam-se as regiões Sudeste (40,25%%) e Nordeste (21,55%), as faixas etárias de 1 a 4 anos (50,16%) e o sexo masculino (55,47%). Dentro desse contexto, os anos de 2015 (17,00%) e 2016 (17,60%) apresentaram os maiores valores de internações. Uma provável razão para tal aumento pode estar relacionado com um diagnóstico cada vez mais precoce dessa doença, bem como um aumento da incidência de malformações congênitas, que estão associadas ao desenvolvimento de epilepsia. O valor total gasto com as internações foi de R$ 63.028.360,67 e o tempo médio dessas internações foi de 4,8 dias.
A epilepsia acomete, principalmente, crianças de até 9 anos, tendo um destaque ainda maior para a faixa etária de 1 a 4 anos. O sexo masculino foi o mais acometido e a região Sudeste apresentou o maior numero de casos. A alta prevalência da epilepsia, associada ao impacto sócio-econômico que ela traz, faz com que tal condição seja considerada um problema de saúde pública.
Epilepsia; Crianças; Ataque Epiléptico.
Clínica Médica
ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA - Bahia - Brasil
JÚLIO CABRAL LEONY, MARIANA WANDERLEY DE ARAUJO, ANDRÉ DANTAS ZIMMERMANN