MANEJO DO TRATAMENTO DE ANEURISMAS EM POPULAÇÃO IDOSA
Atualmente há um crescimento mundial da população idosa, com perspectivas exponenciais para as próximas décadas. Os aneurismas cerebrais são lesões de difícil tratamento com cirurgia convencional e possuem grande mortalidade e morbidade em potencial, particularmente em paciente idosos ou em ruins condições clínico – neurológicas. Em indivíduos idosos, a chance de ocorrer um aneurisma é significativamente maior ao compararmos com faixas etárias mais jovens e a técnica endovascular tem demonstrado eficácia e segurança.
Este estudo objetiva relatar a experiência e o seguimento do tratamento endovascular de aneurismas cerebrais em pacientes com 75 anos ou mais em serviço de referência em Blumenau – SC.
Análise retrospectiva de prontuários de pacientes com aneurisma abordados por procedimento endovascular em serviço de neurocirurgia de Blumenau-SC, no período entre outubro de 2005 até abril de 2017, e com idade maior ou igual a 75 anos.
O total de pacientes com 75 anos de idade ou mais foi de 78. Idade média deles foi de 78,9 anos (75-91 anos), com predomínio do sexo feminino,82,05%. Fator de risco frequente foi hipertensão arterial,em 75,64%,seguido de 53,85% com dislipidemia e 15,38% com diabetes mellitus. Locais mais comuns dos aneurismas foram artéria comunicante posterior,26,92% dos casos, comunicante anterior,15,38%, bifurcação da artéria cerebral média e segmento cavernoso da artéria carótida interna,ambos 6,41% dos casos. Maioria dos aneurismas foi incidental,65,38%. Dentre os 34,62% dos pacientes com hemorragia subaracnóidea, 6,67% apresentaram Fisher III e 18,67%,Fisher IV; na escala de Hunt-Hess,14,67% pacientes apresentavam grau III e 2,67%,grau IV.Houve predomínio de aneurisma sacular,em 96,10%, e com tamanho pequeno em 55,13%.Foram encontrados 33,33% aneurismas grandes e gigantes 10,26%.O aneurisma era único em 76,62%. O tratamento endovascular não incluiu stents em 81,82% dos casos abordados, nos quais foram utilizados apenas coils. Houve insucesso em 1,30%. Reabordagem necessária em 5,19% dos casos tratados. Vasoespasmo clínico e angiográfico ocorreram em 3,85% deles. A taxa de complicações correspondeu a 4,62% e de mortalidade a 4,92% do total de pacientes embolizados.
Os parâmetros estatísticos confirmaram que a técnica endovascular se configura em uma alternativa terapêutica aplicável e segura para o tratamento de aneurismas cerebrais em indivíduos idosos. Os pacientes tratados apresentaram complicações esperadas para faixa etária.
Idosos, aneurismas, tratamento, embolização.
Clínica Médica
Universidade Regional de Blumenau - Sergipe - Brasil
Omar Ahmad Omar, Leandro José Haas, Natália Tozzi Marques, Thaís Moura Borille, Felipe Trevizan Sartori