14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Acidose tubular tipo 2: propedêutica e manejo

Fundamentação/Introdução

A acidose tubular tipo II (ATR 2) se caracteriza por um defeito no nefrón proximal em reabsorver o bicarbonato (HCO3) filtrado, causando acidose associado a níveis séricos baixos de HCO3 e potássio. Pode ser causada por doenças hereditárias e adquiridas (sepse, mieloma múltiplo, amiloidose)

Objetivos

Relatar o caso de paciente com ATR 2 secundária sepse

Delineamento/Métodos

Relato de caso

Resultados

V.M.L., 49 anos, sexo feminino, com história de transtorno depressivo, admitida no Hospital Risoleta Tolentino Neves após tentativa de auto-extermínio com cumarínico e fluoxetina. Evoluiu com rebaixamento sensorial (Glasgow 7) e parada cardiorrespiratório, sendo necessária 5 minutos de manobra de ressuscitação e intubação orotraqueal. Transferida ao centro de terapia intensiva (CTI), intercorreu com transtornos hemorrágicos, edema agudo de pulmão e SARA grave. Apresentou episódios de sepse com foco de cateter de acesso central (cultura positiva para Serratia marcescens). Recebeu ceftriaxona, clindamicina, metronidazol, meropenem, polimixina, linezolida, micafungina e vancomicina durante estadia em CTI. Recebeu transfusões sanguíneas, nutrição enteral, suporte ventilatório - incluindo pronação -, uso prolongado de aminas vasoativas e foi submetida a traqueostomia (TQT). Progrediu com insuficiência renal aguda AKIN 3 por provável necrose tubular aguda secundária a choque séptico, assim como necrose em extremidades, devido ao uso prolongado de aminas vasoativas. Após um período aproximado de um mês, apresentou melhora clínica com estabilidade hemodinâmica, melhora neurológica total e bom padrão respiratório em TQT, sendo transferida para enfermaria, onde ocluiu-se TQT e iniciou-se dieta via oral. Paciente apresentou acidose com níveis baixos de HCO3 sérico (12 a 13) associado a hipocalemia e hipercloremia, com urina ácida e ausência de glicose em urina rotina. Realizado eletroforese de proteínas, mostrando-se sem alterações. Feito o diagnóstico presumível de ATR 2, com melhora parcial dos níveis de HCO3 e potássio, após reposição endovenosa mais vigorosa associado a uso de tiazídico.

Conclusões/Considerações finais

O diagnóstico ATR 2 é feito pelo teste do bicarbonato, que, basicamente, avalia a excreção de bicarbonato. No caso descrito, o diagnóstico baseou-se na história clínica e em exames laboratoriais, sem a realização do teste O tratamento da ATR 2 consiste em atuar na sua causa e repor e monitorar níveis de potássio, preferindo-se o citrato de potassio ao invés do cloreto. Há evidência de benefício com o uso de tiazídicos.

Palavras Chaves

Acidose tubular renal tipo 2

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Universitário Risoleta Tolentino Neves - Minas Gerais - Brasil

Autores

Cezar Goncalves Carvalho, Deborah Alice Madureira Batista, Marcela Silva Araujo Orsini