AVALIAÇÃO DE RISCO PARA TROMBOEMBOLISMO VENOSO (TEV) E ADESÃO À PROFILAXIA INDICADA SEGUNDO O SCORE DE CAPRINI E O FLUXOGRAMA DA DIRETRIZ BRASILEIRA DE PROFILAXIA DE TEV
Introdução: Tromboembolia Venosa (TEV) é definida como trombose venosa profunda (TVP) e tromboembolismo pulmonar (TEP), e sua real incidência é subestimada, mas ainda é a terceira causa de morte cardiovascular. São diferentes os protocolos utilizados visando à estratificação do risco de TEV nos pacientes internados em enfermarias cirúrgicas, sendo importantes, pois orientam, quanto à indicação e ao início da profilaxia.
Objetivos: Comparar o algoritmo da Diretriz Brasileira de profilaxia de TEV em pacientes cirúrgicos com o Escore de Caprini em um hospital público de João Pessoa – PB
Métodos: Foi realizado um estudo observacional transversal com uma amostra de 25 pacientes internados na enfermaria cirúrgica de um hospital público no município de João Pessoa-PB. Um questionário padronizado contendo dados demográficos e os dois protocolos foram preenchidos por meio de consulta de prontuário e entrevista com os pacientes. Em seguida foi realizada uma análise descritiva dos dados coletados.
Resultados: Dos pacientes avaliados, 36% (p=0,01) eram homens e 64% (p=0,01) mulheres, com idade média de 49,04 anos. Segundo o Score de Caprini, 96% (p=0,01) possuíam indicação de profilaxia medicamentosa, enquanto pela DBPT apenas 56% (p=0,01) possuíam essa mesma indicação , e os outros 44% (p=0,01) apenas estímulo à deambulação precoce e fisioterapia motora. Apenas 12% (p=0,01) dos pacientes apresentaram-se em uso de alguma profilaxia química, o que corresponde a 12,5% (p=0,01) para o Escore de Caprini e 21,5% (p=0,01) para o DBPT, dentro dos pacientes com indicação de profilaxia. Utilizando o escore de Caprini, 4% (p=0,01) dos pacientes apresentavam muito baixo risco (0 pontos) enquanto o DBPT qualificou 36% (p=0,01) dos pacientes como baixo risco (ou seja, sem indicação de profilaxia).
Conclusão: Neste estudo foi constatado uma baixa adesão a profilaxia nesta amostra de pacientes, apontando a necessidade de implantação de protocolos de avaliação de tromboembolismo para a melhoria desta prática. Observou-se uma desproporção importante na sensibilidade de pacientes com indicação de profilaxia química de acordo com a escala utilizada, devido uma mesma variável receber diferentes pontuações (ex: porte de cirurgia). Como a amostra analisada foi reduzida, mais estudos devem ser realizados para avaliar o papel e as diferenças na aplicação das escalas.
Fatores de Risco. Tromboembolia Venosa. Protocolos de Decisão
Clínica Médica
Hospital Municipal Santa Isabel - Paraíba - Brasil
Willams Germano Bezerra Segundo, Gabriel Mendonça Diniz Lima, Taciana Uchôa Passos, Gilvandro Assis Abrantes Leite Filho, Maria Alenita De Oliveira