INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA DESENCADEADA POR AMIODARONA
A insuficiência hepática aguda se caracteriza por surgimento de encefalopatia e
alteração da função sintética do fígado após uma grave lesão aguda, no paciente
sem doença hepática anterior. As principais causas de insuficiência hepática aguda
e hepatite fulminante são as drogas (lícitas ou não) e as hepatites virais (com
destaque para hepatiteA).
Os principais achados clínicos e laboratoriais são: icterícia logo no início do quadro;
dor em topografia de hipocôndrio direito, com fígado aumentado de tamanho;
manifestações inespecíficas como anorexia, náusea, vômitos, fadiga e prurido, que
lembram quadros de hepatites virais.
A presença de encefalopatia hepática é uma das características definidoras de
insuficiência hepática aguda. Pode haver, ainda, lesão renal em 30% a 70% dos
pacientes.
As características laboratoriais incluem: INR > 1,5; elevação de bilirrubinas;
plaquetopenia; elevação importante de enzimas hepáticas (acima de 40 vezes o
valor de referência). Queda dos valores de enzimas hepáticas > 60% em 24 horas
é um sinal importante de falência hepática.
A amiodarona é um medicamento antiarrítmico altamente eficaz para o tratamento
de arritmias supraventriculares, como a fibrilação atrial. Seus efeitos tóxicos
consistem em efeitos cardíacos e extracardíacos. Entre os efeitos extracardíacos
está o efeito de toxicidade hepática. Durante seu uso podem ser evidenciadas
anormalidades nas provas de função hepática e até o surgimento de hepatite.
O objetivo deste trabalho é relatar o caso de uma complicação pouco comum para
o medicamento em questão, com conseqüências catastróficas, bem como relatar o
nível de insuficiência hepática alcançado pelo paciente, com posterior recuperação
da função hepática.
RELATO DE CASO
COM O TRABALHO CONSEGUIMOS EVIDENCIAR UMA COMPLICAÇÃO RARA DO USO DE AMIODARONA PARA CONTROLE DE ARRITMIA CARDÍACA, CULMINANDO EM INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA.
USO DE AMIODARONA É O TRATAMENTO DE ESCOLHA PARA EVENTO AGUDO DE ARRITMIA DO TIPO TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR COM PACIENTE ESTÁVEL HEMODINAMICAMENTE. SEU USO ESTÁ CONSAGRADO NA LITERATURA E CONSISTE NO USO DE UMA DOSE DE ATAQUE E DOSE DE MANUTENÇÃO. A COMPLICAÇÃO MAIS COMUM DO USO DE AMIODARONA SÃO OS TRANSTORNOS DO FUNCIONAMENTO DA TIREÓIDE, PORÉM, COM NOSSO RELATO, PUDEMOS OBSERVAR INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE APÓS SEU USO, O QUE CONSTITUI UMA COMPLICAÇÃO PREVISTA, PORÉM RARA.
Clínica Médica
hospital das clinicas luzia de pinho mello - São Paulo - Brasil
gabriel safra ortega