Estratificação não invasiva evidencia coronariopatia isquêmica grave em paciente assintomático
As doenças cardiovasculares constituem a maior causa de óbito no mundo, sendo a Doença Arterial Coronariana (DAC) uma das principais causas. A cintilografia de perfusão e estresse miocárdica é um dos pilares na avaliação de paciente com suspeita de DAC sendo capaz de delinear a extensão, gravidade e localização das anomalias de perfusão, auxiliando no manejo clínico.
Relatar um caso de isquemia miocárdica grave assintomática diagnosticada por cintilografia de perfusão e estresse. Revisão bibliográfica realizada por meio de levantamento em bases de dados Medline, Lilacs e SciELO.
Paciente masculino, 49 anos, assintomático, hipertenso, dislipidêmico foi encaminhado para realização de cintilografia miocárdica para estratificação de DAC. Na fase de estresse por esforço físico em esteira rolante apresentou evidência de isquemia miocárdica por critérios clínicos (precordialgia típica não limitante) e eletrocardiográficos (supradesnivelamento de ST em CM5 e D2M de 3mm), sendo interrompido o teste com baixa carga de esforço. Foi evidenciando hipoperfusão transitória leve a moderada, de média extensão no ápice, segmento apical da parede lateral e região anterior e lateral do ventrículo esquerdo. Fração de ejeção ventricular preservada. Percentual de miocárdio isquêmico de 15%.
Em cineangiocoronariografia apresentou artéria descendente anterior com oclusão total proximal e 1° diagonal longo com lesão de 99% na sua origem. Demais artérias coronarianas isentas de lesões obstrutivas significativas. Foi encaminhado para tratamento cirúrgico de revascularização miocárdica.
Devido à importância epidemiológica da DAC são necessárias estratégias adequadas de estratificação de risco e segurança de tratamentos preventivos. A cintilografia de perfusão e estresse miocárdica tem alta acurácia diagnóstica e alto valor preditivo negativo, auxiliando no manejo clínico. A diretriz brasileira de Doença Coronariana Estável preconiza que a terapia de revascularização deve ser baseada na presença de estenose obstrutiva significativa da artéria coronariana, na quantidade de musculo miocárdico acometido por isquemia e no benefício esperado para o prognóstico e alívio de sintomas.
Doença arterial coronariana, cintilografia de perfusão e estresse miocárdica, isquemia miocárdica assintomática
Clínica Médica
Angélica Pereira de Amorim, Murilo Luiz Louzada Brandão, Andressa Barcelos Costa, Rafael Pereira de Amorim, Nathalia Santos e Costa Lupatini Chrispim