14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Endocardite infecciosa de origem fúngica em paciente com valvopatia aórtica congênita

Fundamentação/Introdução

A endocardite infecciosa (EI) representa a infecção por vírus, bactérias ou fungos de uma valva cardíaca ou endocárdio mural. Nas últimas décadas, observa-se um aumento nos casos de EI causada por fungos. Grande parte acontece em usuários de drogas endovenosas e portadores de próteses valvares. Pacientes com valvopatia prévia podem ter altas chances de apresentar o quadro devido à exposição prolongada a antibióticos, inserção de cateteres ou mesmo leucopenia intensa.

Objetivos

Contribuir para o conhecimento médico acerca de EI fúngica a partir de um caso confirmado no Hospital Geral de Roraima.

Delineamento/Métodos

Relato de Caso: F.N.S.S., sexo masculino, 46 anos, casado, residente em Boa Vista – RR, portador de cardiopatia congênita (Valva Aórtica Bicúspide) assintomática, hipertenso e diabético, iniciou quadro de febre de origem indeterminada com duração de 9 semanas associado a calafrios, que melhorava com autoadministração de antitérmicos e não mantinha relação com outros sintomas. Procurou serviço médico, onde foram realizados eletrocardiograma, ecocardiograma e exames laboratoriais sem achados significativos. Devido manutenção da febre, sem resolução após início de antibióticos, além da presença de astenia intensa optou-se por internar o paciente.

Resultados

No serviço de Infectologia, a investigação apresentou sorologias para HIV e Leishmaniose Visceral não reagentes, além de hemoculturas negativas. Decidiu-se por instituir Antibioticoterapia de amplo espectro com Vancomicina e Gentamicina, porém, sem melhora. O paciente então se apresentou com sopro cardíaco novo em foco aórtico, onde o ecocadiograma transtorácico evidenciou vegetação condizente com quadro de EI. Iniciado Anfotericina B, com boa evolução. Hoje, paciente aguarda procedimento cirúrgico de troca valvar.

Conclusões/Considerações finais

Os principais agentes são representados pela Candida e o Aspergillus. Enquanto a EI por Aspergillus é comumente registrada em receptores de próteses valvares e de valvas biológicas humanas, a Candida spp. é responsável pela EI que incide em usuários de drogas injetáveis e pacientes submetidos a cirurgias cardíacas. O diagnóstico da EI Fúngica não é fácil e seu quadro não é patognomônico desta condição. Alta suspeição clínica de infecção fúngica associada a hemoculturas negativas, sopros de surgimento recente e vegetações demonstradas em exames de imagem podem definir o diagnóstico. A terapêutica baseia-se em Anfotericina B e procedimentos cirúrgicos, quando formalmente indicados.

Palavras Chaves

Relato de Caso, valvopatia congênita, endocardite infecciosa, infecção fúngica.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil

Autores

Rodrigo Marques Carneiro, Fernando Cardoso Oliveira, Iago Fernando de Abreu Rodrigues, Tarsia Regina Leal Ramos, Lucas Silva Gomes