Fibrose pulmonar idiopática: Um relato de caso
A fibrose pulmonar idiopática (FPI) é uma das principais formas de pneumonia intersticial, de caráter crônico, progressivo e restrita ao pulmão. Acomete principalmente indivíduos nas sexta e sétima décadas de vida, com predomínio no sexo masculino. Os critérios diagnósticos incluem a ausência de uma etiologia definida associada ao padrão histológico de pneumonia intersticial usual (PIU).
Contribuir para o conhecimento médico acerca da FPI a partir de um caso confirmado no Hospital Geral de Roraima.
Relato de caso: G.F.S. 68 anos, sexo masculino, pardo, piloto de barco, procurou a emergência médica em hospital local queixando-se de dispneia grave. O mesmo relata que há dois anos iniciou quadro de dispneia aos grandes esforços, que melhorava ao repouso. Previamente a procura do setor de emergência, havia iniciado quadro gripal com coriza, febre não aferida, tosse seca e cefalia, evoluindo nos próximos dias com rouquidão, tosse com expectoração e dispneia e hipoxemia grave. Relata internação anterior há 6 meses por pneumonia comunitária.
Durante seu passado médico, o paciente procurou ambulatório de pneumologia onde iniciou tratamento com (Alenia) e foi diagnosticado com DPOC e Fibrose pulmonar. No entanto, abandonou o tratamento por conta própria, evoluindo progressivamente com piora da dispneia associada à perda de peso de aproximadamente 22 kgs e hiporexia. Atualmente, apresenta-se em uso de oxigenioterapia contínua por cateter nasal, hipocorado (1+/4+), cianótico (2+/4+) com baqueteamento digital, emagrecido, colaborativo, com So2 85% e estertores creptantes em bases pulmonares.
A sintomatologia associada à FPI é inespecífica: Tosse seca e dispnéia progressiva, sendo que, esses sintomas muitas vezes são negligenciados e correlacionados à senescência e comorbidades como tabagismo e DPOC. Como todos os diagnósticos de exclusão, o tempo entre o aparecimento de sintomas e o diagnóstico varia de meses a anos. Para o tratamento específico da doença, apesar de diversas drogas terem sido investigadas em ensaios clínicos randomizados apenas duas substâncias, de fato, mostraram eficácia no tratamento da moléstia: a pirfenidona e o nintedanibe. No entanto, faz parte do tratamento também, o controle dos sintomas, reconhecimento de outras comorbidades, incluindo ansiedade e depressão que varia entre 25% a 50% nesses indivíduos e outras terapias como: vacinação, suplementação de oxigênio e reabilitação pulmonar.
Relato de Caso, Fibrose Pulmonar Idiopática
Clínica Médica
Universidade Federal de Roraima - Roraima - Brasil
Rodrigo Marques Carneiro, Fernando Cardoso Oliveira, Hermano Branquinho, Mayron Melo Duarte, Wendell Lima Rabelo