14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: paralisia periódica tireotóxica hipocalêmica

Fundamentação/Introdução

Relato de caso de paciente cujo hipertireoidismo manifestou-se primariamente com crises de paralisia periódica tireotóxica hipocalêmica (PPTH).

Objetivos

Relatar a PPTH, uma forma de apresentação rara e potencialmente fatal do hipertireoidismo.Ela decorre do influxo súbito de potássio para o intracelular, gerando fraqueza muscular e paralisia flácida associada à hipocalemia.

Delineamento/Métodos

Comparação de um caso clínico de um homem de 31 anos, negro com os dados encontrados na literatura. Essa entidade é mais comum em homens asiáticos, o que torna a PPTH uma causa rara de primomanifestação do hipertireoidismo em indivíduos ocidentais e pode ser subdiagnosticada pelo fato de a paralisia periódica hipocalêmica familiar (PPHF) ser mais comum em caucasianos.

Resultados

Paciente previamente hígido inicia quadro há 40 dias de fraqueza de membros inferiores (MMII), bilateral e simétrico, não ascendente, tremores de extremidades e câimbras, além de emagrecimento de aproximadamente 40 kg no período, sudorese excessiva e noctúria. Diagnosticado hipocalemia (K 2,3 mmol/L em 27/12/2016), sem investigação da causa. Realizado reposição de potássio oral e endovenosa por 5 dias (K 4,0 mmol/L em 06/01/2017), sendo posteriormente solicitado TSH e T4 livre, com valores de <0,005 uUI/ml e 7,77 ng/dL. Iniciado então, tratamento específico para hipertireoidismo com tapazol e propranolol, além da reposição de potássio via oral.

Conclusões/Considerações finais

PPTH é uma patologia comum em orientais e diagnosticada erroneamente como PPHF, uma doença autossômica dominante. A despeito disso, o número de casos na população ocidental vem aumentando. O quadro clínico inicia-se com fraqueza muscular simétrica e ascendente da musculatura proximal, principalmente de MMII. Esses episódios podem ocorrer nas primeiras horas da manhã ou durante o repouso após realização de exercício físico vigoroso ou ingestão de refeição rica em carboidratos. Os sinais presentes durante as crises são redução ou ausência de reflexos tendinosos profundos e raramente pode afetar o sistema ocular, bulbar ou a musculatura respiratória. Sinais de hipertireoidismo como pele úmida e quente, taquicardia, febre, bócio ou exoftalmose podem estar presentes. Os achados laboratoriais são: hipocalemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia, além de hipofosfatúria e hipercalciúria, TSH supresso e T4 total, livre e T3 elevados. Reposição de potássio e propranolol devem ser feitos até o controle do hipertireoidismo e fatores precipitantes devem ser evitados.

Palavras Chaves

paralisia periódica tireotóxica hipocalêmica, hipertireoidismo, PPTH

Área

Clínica Médica

Instituições

PUC CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

Fernanda Bertucci Sanches, Catarina Harue Fanti Kurimori, Carla Adriane Roballo, Roberto Bernardo dos Santos, Ricardo Martuci Silva