PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE EM PALMAS-TO
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, um parasita intracelular obrigatório com afinidade pelas células cutâneas e dos nervos periféricos. Embora seja uma doença de fácil diagnóstico e tratamento, a hanseníase ainda é um importante problema de saúde pública no Brasil.
Realizar levantamento do número de casos de hanseníase no município de Palmas-TO, através de banco de dados junto à Secretaria Municipal de Saúde de Palmas-TO, referente ao período de janeiro de 2009 a dezembro de 2016.
O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Humanos, e segue os preceitos da Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.
O estudo epidemiológico é do tipo descritivo, retrospectivo dos casos de hanseníase do município de Palmas - TO, registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, entre o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2016. Os dados censitários e as estimativas populacionais foram obtidos no Banco de Dados do Sistema Único de Saúde. Para análise alguns indicadores, como o coeficiente geral de detecção por 10 mil habitantes têm maior relevância segundo a OMS, sendo definidos como prioritários para o monitoramento do controle da endemia.
Na cidade de Palmas foram registrados 1777 casos de hanseníase, entre 2009 e 2016. Com média anual do coeficiente de detecção geral de casos novos de 88,50 casos/100 mil habitantes. Observou-se que a classificação operacional multibacilar foi predominante com 71,2% dos casos, e a paucibacilar representou 28,8%.
A distribuição da hanseníase quanto ao gênero, revela predomínio no sexo masculino, com 55,88% dos casos. Quanto a raça, há predomínio de pardos 65,90% dos casos.
O coeficiente de detecção geral de casos novos avalia a carga de morbidade, magnitude da hanseníase, a tendência da endemia, além da população exposta ao risco de adquirir a doença. No período analisado observa-se uma elevação do coeficiente de detecção anual de casos novos por 100 mil habitantes, de 98,07 em 2009 para 236,91 em 2016, apesar de uma redução progressiva entre 2009 e 2015, seguido de crescimento abrupto em 2016.
O elevado coeficiente de detecção geral de casos novos revela a presença de fontes ativas de infecção e manutenção do ciclo de transmissão, sugerindo manutenção do estado de hiperendêmia, além de uma deficiência na vigilância e controle da doença.
Hanseníase; lepra; epidemiologia.
Clínica Médica
Universidade Federal do Tocantins - Tocantins - Brasil
Guilhermes Henrique Cavalcante, Álvaro Rossano Cavalcante, Daniel Botelho Mariano, Mario Augusto Silva Pereira, Sandra Maria Botelho Mariano