PERFIL DA HOSPITALIZAÇÃO POR ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO E HEMORRÁGICO NO ESTADO DE ALAGOAS
O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das maiores causas de morbimortalidade no mundo. No Brasil, a morbidade é de 2.231.000 pessoas (1,5 % da população) e 568.000 com incapacidade grave. Trata-se de um comprometimento da vascularização encefálica, sendo sua etiologia tanto em uma forma hemorrágica (10%), quanto em isquêmica (90%), causando dano de grau variado ao cérebro e levando a perdas nas mais diversas funções psíquicas, fala e motricidade.
Descrever o perfil de internações por acidente vascular cerebral em Alagoas.
Trata-se de um estudo do tipo descritivo ecológico a partir da coleta de dados, pelo DATASUS, no Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS). Sendo coletados dados de 7 anos (2009 a 2016).
Foi observado um número de 20.031 casos classificados como: Acidente vascular cerebral, não especificado como hemorrágico ou isquêmico, com uma média de 2.503 casos por ano. A menor ocorrência foi no ano de 2009 (2.294 casos) e as maiores em 2015 (2.717) e em 2016 (2.889). Quanto ao sexo, observa-se maior número de casos no masculino com 10.556 pacientes (52,69%), sendo a raça parda mais afetada (5282), seguido por branco (1229). Contudo a variável raça teve uma grande parcela de não preenchimento (66,23%) o que compromete possíveis análises. A faixa etária com maior ocorrência foi 70-79 anos (27,85%), nota-se semelhança dos 60 aos 69 anos (26,14%). Entre os 40 e os 59 anos foi observado uma proporção relativamente menor (22,8%), tendo uma ocorrência, abaixo dos 40 anos, de apenas 895 casos (3,95%). Na maioria dos casos, o internamento foi de urgência, havendo apenas 409 internamentos como eletivos. O período de internação hospitalar foi, em média, de 7 dias, com um valor médio de 1232 R$ por paciente.
Foi observado um aumento dos casos com a idade, fato já consolidado na literatura médica. Além disso, um aumento no número de casos de AVC atendidos, em consonância com envelhecimento da população. Identificou-se uma longa morbidade, em especial, relacionado a internamento, acarretando um grande custo desse paciente e diminuição de sua qualidade de vida. É de suma importância para o clínico conhecer bem o perfil epidemiológico e sintomas do AVC, a fim de que haja diagnóstico precoce, tratamento em menor tempo e promova melhor prognóstico, proporcionando a redução de danos causados pelo AVC e menor morbidade.
Acidente vascular cerebral; epidemiologia; Alagoas
Clínica Médica
Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil
Marcos Roberto Campos Júnior, Brenda Evelyn Cirilo Felix, Paula Estevam Pedrosa Toledo, Marcos Falcão Farias Montes, Eduardo Oliveira Costa