Angina de Prinzmetal: Relato de caso
A angina de Prinzmetal ou angina variante é descrita como uma elevação no segmento ST durante a angina de repouso, causada por vasoespasmo que gera uma obstrução de origem não trombótica na artéria coronária.
Relatar o caso de uma paciente feminina de 53 anos que apresentou um quadro de angina de Prinzmetal.
Paciente do sexo feminino, 53 anos, chega ao pronto-socorro de hospital de referência com queixa de precordialgia com características típicas, com duração de 5 horas, associada à dispneia, a qual melhora após uso de nitrato. Apresenta história de infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST ao ECG em 2014, sendo realizado angioplastia com stent convencional em artéria descendente anterior (DA), devido lesão de 95% de óstio de mesma artéria ao cateterismo cardíaco, com relato de múltiplas idas ao pronto socorro, posteriormente ao evento, com queixa de dor precordial. Além disso, paciente hipertensa, dislipidêmica, tabagista e com história familiar positiva para eventos cardíacos isquêmicos. É, então, realizado ECG, o qual demostra elevação de segmento ST de parede inferior, com elevação discreta das enzimas cardíacas. Paciente é, por fim, encaminhada para cateterismo cardíaco, o qual demostra espasmo de artéria coronária direita, sem lesões obstrutivas e com stent em DA pérvio. Paciente recebe diagnóstico de angina de Prinzmetal, recebendo alta com tratamento sintomático.
A angina de Prinzmetal é considerada uma doença rara pelo National Institutes of Health (NIH). Apesar de sua epidemiologia ainda não ter sido muito bem estudada, sabe-se que é mais prevalente em japoneses e em indivíduos abaixo de 50 anos. Apresenta-se como uma dor no peito semelhante à dor causada pela doença coronariana obstrutiva, porém pode-se diferenciá-la através de sua duração, entre 5 a 15 minutos, mais breve que a de origem obstrutiva. Além disso, é altamente responsiva à nitratos sublinguais.
Apesar de a angina de Prinzmetal demonstrar uma piora na qualidade de vida pela possibilidade de gerar infarto miocárdico, arritmias e até morte súbita, o prognóstico a longo prazo de pacientes em tratamento parece ser melhor em relação aos pacientes com angina de origem aterosclerótica.
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Clínica Médica
Hospital Santa Isabel - Santa Catarina - Brasil
Fernanda Geremias dos Santos, Maurício Felippi de Sá Marchi, Renata Della Giustina, Maria Eduarda Klemz Koepsel, Marcelo Mendes Farinazzo