Título

INCIDÊNCIA DE EVENTOS TROMBOEMBÓLICOS EM PESSOAS VIVENDO COM HIV EM SALVADOR, BAHIA

Fundamentação/Introdução

O aumento das comorbidades não infecciosas em indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), aliado à toxicidade direta da terapia antirretroviral (TARV), fez com que esses pacientes ficassem mais suscetíveis a eventos cardiovasculares, dentre eles a Trombose Venosa. Em coorte publicada em 2011, foram identificadas taxas de incidências de eventos tromboembólicos de 16,2 por 1000 pessoas-anos de observação em pacientes infectados pelo HIV usuários de drogas injetáveis (UDI) e 3,2 por 1000 pessoas-anos de observação em pacientes não UDI, enquanto que a taxa de incidência de eventos tromboembólicos na população geral foi de 0,9 por 1000 pessoas-anos de observação

Objetivos

Estimar a incidência de eventos tromboembólicos em pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA) acompanhados em um centro de referência na cidade de Salvador - Bahia

Delineamento/Métodos

Estudo de coorte retrospectiva em que foi realizada a revisão de prontuários de PVHA >18 anos acompanhadas no Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa (CEDAP) e que iniciaram a TARV entre janeiro a dezembro de 2013.Foram analisados a taxa de eventos tromboembólicos na população e dados como a carga viral, idade, esquema antirretroviral em uso no momento do evento

Resultados

Foram 125 pacientes envolvidos. A média de idade ao diagnóstico do HIV foi 38,5 anos, sendo a média de idade no início da TARV de 39,14 anos. 64% da população era composta por homens e 80% eram pretos/pardos. 25,6% eram tabagistas, 24,8% usavam drogas ilícitas e 54,4% eram etilistas.75,2% iniciaram a TARV com Inibidor Não Nucleosídeo da Transcriptase Reversa (ITRNN) e 24,8% com Inibidor da Protease (IP).Efavirenz foi a 3ª droga em 73,6% dos casos.Houve 3 casos de eventos tromboembólicos (trombose venosa profunda), representando uma incidência de 24,0 eventos tromboembólicos por 1000 pessoas-ano de observação. Dos pacientes com eventos encontrados, dois estavam em uso do esquema: Lamivudina (3TC) ,Zidovudina (AZT) e Efavirenz (EFZ) e outro em uso do esquema: 3TC, AZT e Nevirapina. A carga viral em todos os pacientes que apresentaram o evento estava indetectável e a idade média destes foi de 41,0 anos

Conclusões/Considerações finais

Diante do estado pró-trombótico decorrente da infecção pelo HIV e uso dos antirretrovirais percebe-se a importância da atenção ao estado cardiovascular destes pacientes, com o propósito de interferir nos fatores de risco modificáveis e considerar o uso de antirretrovirais menos associados a eventos trombóticos

Palavras Chaves

HIV; Tromboembolismo; Trombose; Antirretrovirais

Área

Clínica Médica