PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES HIPERTENSOS ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS EM SERGIPE, BRASIL
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma síndrome clínica multifatorial, definida por valores de pressão arterial sistólica >140 mmHg e diastólica >90 mmHg, considerada importante problema de saúde pública devido à sua alta prevalência (25% da população adulta no país) e baixas taxas de controle. Consequentemente, apresenta grande morbimortalidade pelo acometimento dos chamados órgãos-alvo (coração, cérebro, rins, olhos e vasos), sendo mais significativa a afecção cardiovascular.
O estudo objetiva traçar o perfil clinico e epidemiológico de indivíduos hipertensos atendidos em ambulatório de especialidades.
Métodos: Estudo transversal, descritivo, observacional e de natureza quantitativa, no qual participaram 128 indivíduos com diagnóstico confirmado de HAS, de ambos os sexos, residentes no estado de Sergipe. Os participantes responderam a um questionário sobre dados epidemiológicos e fatores de risco cardiovascular. Ademais, os participantes foram submetidos à avaliação do índice de massa corporal (IMC) e aferição da pressão arterial (PA).
Resultados: Entre os participantes, 28,12% são homens e 71,87% mulheres, sendo maioria (93,75%) com idade superior a 41 anos. Com relação à raça, foram igualmente prevalentes brancos e pardos (34,37%). Os aposentados (46,87%) predominaram neste estudo, seguido por donos(as) de casa (21,87%). Sobre escolaridade as taxas foram variadas, mais prevalente 1º grau incompleto (28,12%) e menos prevalente analfabetos (3,12%). A renda predominante foi entre 1 a 3 salários mínimos (71,87%), sendo baixa a prevalência dos indivíduos com menos de um salário mínimo (6,25%). Quanto ao tabagismo, 12,50% são fumantes e 87,50% não fumam atualmente. Os aspectos mais alarmantes foram observados nos dados clínicos, o IMC médio foi de 28,46 kg/m² e a PA sistólica e a PA diastólica médias foram 141,75 mmHg e 86,25 mmHg, respectivamente.
Conclusões: O perfil clínico epidemiológico dos entrevistados foi sexo feminino, com idade superior a 41 anos, brancos/pardos, aposentados, com 1º grau incompleto, renda entre 1 a 3 salários mínimos e não tabagistas, mas com sobrepeso e pressão arterial média elevada. Observa-se que apesar de a população avaliada possuir grau socioeconômico moderado, pelas baixas porcentagens de analfabetos e de baixa renda, estão em sua maioria acima do peso ideal e com PA não controlada. Há uma maior necessidade de compreensão desses indivíduos sobre serem protagonistas no controle da doença.
Palavras-chave: Hipertensão; Fatores de risco; Perfil de Saúde.
Clínica Médica
Universidade Tiradentes - Sergipe - Brasil
Marcela de Sá Gouveia, Denison Santos Silva, Yasmin Gois de Melo, Renata Mateus Leal, Bárbara Allana Ferreira Cabral