Cálculos coraliformes bilaterais: um relato de caso
Cálculos Coraliformes Bilaterais (CCBs) são estruturas resultantes do acúmulo de compostos como estruvita (o mais comum), ácido úrico, cistina, oxalato ou fosfato de cálcio e associação de estruvita com carbonato de cálcio nas regiões da pelve renal, ocupando sua totalidade ou parcialidade, podendo atingir ureteres ou cálices renais.
Relatar um caso clínico raro de CCBs no município de Colatina, Espírito Santo.
Foi realizado um estudo qualitativo, observacional, transversal do tipo relato de caso, por meio da coleta de dados do prontuário e exames complementares dos pacientes.
MFAC, 47 anos, sexo feminino, hipertensa, procurou atendimento médico em ambulatório de Nefrologia com lombalgia que irradiava para crista ilíaca bilateralmente e havia se iniciado há cerca de 2 anos. Relatava alívio do sintoma com uso de ibuprofeno e ao assumir decúbito dorsal, e piora ao final do dia. A ultrassonografia abdominal total sugeriu a presença de CCB e a tomografia computadorizada abdominal e pélvica confirmou o quadro, com um cálculo medindo até 3,9 cm à direita e outro com 3,1 cm à esquerda. Urocultura e exame de Elementos e Sedimentos Anormais não evidenciou infecção. MFAC foi encaminhada para acompanhamento urológico, período em que foi submetida à cirurgia renal percutânea no rim esquerdo, órgão em que mais referia dor. Foi realizada ultrassonografia de rins e vias urinárias, que apresentou três cálculos no terço médio do rim direito medindo 1,6 cm, 1,1 cm e 0,9 cm. Até a última coleta de dados, paciente se apresentava em bom estado geral, com queixas apenas de lombalgia direita.
A Nefrolitotomia percutânea tem grande eficácia e baixa morbidade, sendo o tratamento de escolha em grande parte dos casos. Embora CCBs apresentem baixa prevalência, o diagnóstico correto reduz o risco de complicações como insuficiência renal crônica e septicemia. Desta forma, torna-se relevante a presente discussão no meio científico.
Litíase coraliforme, cálculo coraliforme bilateral, insuficiência renal, sepse, nefrolitotomia.
Clínica Médica
Unesc- Centro Universitário do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil
Letícia Rego Dalvi, Amanda Scalfoni Pecemilis, Carolina Maria Monteiro e Silva, Luciano Gastiglioni Andriato, Manuela Almeida Freitas Castro