Análise Estatística sobre o Reconhecimento de uma Parada Cardiorrespiratória e Ação diante uma Situação Real em Estudantes de Medicina
O conhecimento das manobras de ressucitação cardiopulmonar (RCP) é imprescindível a todo profissional de saúde, independentemente da sua área de atuação, sendo o ensino destas um dos elementos essenciais para a tradução das diretrizes para a prática clínica de maneira eficaz. No entanto, o que vários estudos demonstram é o desconhecimento e a falta de preparo dos profissionais e acadêmicos de saúde acerca do assunto.
Avaliar a oportunidade de aprendizado dos graduandos do curso de medicina nos campi de uma Universidade Federal no atendimento à Parada Cardiorrespiratória (PCR).
Estudo transversal de caráter descritivo com abordagem quantitativa das variáveis, realizado em 2014. Foi aplicado um questionário pré-elaborado para 514 acadêmicos de medicina de uma universidade federal (95,3% dos alunos então matriculados), agrupados em “não-internos” (entre o 1º e o 9º períodos) e “internos” ( entre o 10º e o 12º períodos), e foram analisadas as respostas ( “sim” ou “não”) com relação a conseguir reconhecer os sinais de uma PCR e participação em situações reais de PCR/RCP.
Quanto a saber reconhecer os sinais de parada cardiorrespiratória, observou-se que no grupo dos não-internos, 286 (70,3%) referiam saber reconhecê-los, e 121 (29,7%) não; e no grupo dos internos, 105 (98,1%) referiam saber reconhecê-los, e 2 (1,9%) não. A maioria dos estudantes (391/514) referiu saber reconhecer os sinais de parada cardiorrespiratória,o que corresponde a 76,1% dos alunos, e este percentual foi maior no grupo dos internos (p< 0,001). Estes também foram questionados quanto à participação em situações reais de PCR. Dentre os não-internos, 64 (16%) afirmaram ter participado, e 342 (84%) não participaram; já dentre os internos, 73 (68,2%) afirmaram ter participado, e 34 (31,8%) não participaram. O percentual de alunos que já participaram de um atendimento à parada cardiorrespiratória foi maior no grupo dos internos (p< 0,001). Apesar disso, a maioria dos alunos (376/514) relatou não ter participado de nenhum atendimento à parada cardiorrespiratória, o que corresponde a um percentual de 73,1% dos alunos.
Os resultados demonstram que os graduandos de medicina da instituição identificam falhas no seu conhecimento das atuais diretrizes de ressuscitação da American Heart Association, e essa sensação diminui à medida em que se avança no curso.
Clínica Médica
Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Raul Lima Dantas, João Gabriel Lima Dantas, Beatriz Mendonça Martins, Alan Jones do Espírito Santo Barbosa, Fábio Santos Alves