14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Mal de Pott associado a Lúpus Eritematoso Sistêmico: Relato de caso

Fundamentação/Introdução

O Mal de Pott é uma das apresentações extrapulmonares da tuberculose, dando esse nome quando a coluna vertebral é afetada. A tuberculose na região musculo esquelética corresponde a 3% dos casos, sendo o Mal de Pott correspondente a metade desses casos. A coluna torácica é a mais afetada, seguido da lombar e cervical.

Objetivos

Descrever o caso de uma paciente acometida com Mal de Pott, demonstrando o tratamento instituído e a evolução clínica apresentada.

Delineamento/Métodos

Paciente feminino, 14 anos, com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES) há 3 anos, em tratamento regular com prednisona e azatioprina, evoluindo bem e sem complicações da LES, deu entrada com quadro de dor intensa em região lombar, com 4 dias de evolução, de forma gradativa, que inicialmente respondia a antiinflamatórios mas que há 24 horas limitou a deambulação da paciente, sem déficit motor dos membros, negando história de emagrecimento. Ao exame físico, paciente com movimentação restrita devido à dor, medicada com tramadol, porém sem resposta. Iniciado uso de morfina, apresentando melhora parcial da dor. Solicitado radiografia de coluna cervical, torácica, lombar e tórax. Na radiografia de coluna lombar, havia uma rarefação óssea a nível de L1, sem outras alterações nos demais exames. Após avaliação do clínico e da ortopedia, solicitado uma Tomografia computadorizada contrastada de coluna lombar que evidenciou uma degeneração da porção anterior do corpo de L1 e do disco intervertebral. Após a discussão com radiologista e o reumatologista, levando em conta o quadro clínico da imunossupressão causada pelo tratamento do LES e das características da lesão, foi suspeitado do Mal de Pott.

Resultados

Foi iniciado o tratamento da tuberculose pulmonar como teste terapêutico, usando o esquema RIPE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol). Paciente evoluiu satisfatoriamente com o tratamento específico e de suporte, recebendo alta hospitalar 9 dias após a instituir as drogas.

Conclusões/Considerações finais

Apesar do Mal de Pott ter se tornado uma patologia mais rara depois do advento dos antibióticos, não é incomum que pacientes com algum tipo de imunossupressão possam desenvolver a doença, no caso, uma paciente jovem, sem histórico anterior de tuberculose pulmonar, porém imunodeprimida pelo tratamento da LES, recebendo diagnóstico precoce, tratamento adequado e apresentando evolução rápida e sem sequelas.

Palavras Chaves

Mal de Pott. Lúpus. Tuberculose.

Área

Clínica Médica

Instituições

UniBRAS - ITPAC - Tocantins - Brasil

Autores

Thieres Andriolle dos Santos Mendonça, Ana Barbara Feliciano Souza Santos, Leandro Basniak, Yuri Guilhem Rachid Jaudy, Gustavo Gonçalves Martins de Oliveira