PREVALÊNCIA DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NA CIDADE DE SANTARÉM (PA) NO ANO DE 2016
Fundamentação/Introdução: O transtorno do espectro autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento e está incluso em um grupo de condições classificadas como transtornos invasivos do desenvolvimento (TID). É mais diagnosticado no sexo masculino e sua etiologia é desconhecida, mas fatores de risco estão associados, como o baixo peso ao nascer. Os sintomas do transtorno geralmente são reconhecidos durante o segundo ano de vida. As características essenciais são prejuízo persistente na comunicação social recíproca e na interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.
Objetivo: Determinar a prevalência do TEA na cidade de Santarém (PA) no ano de 2016.
Delineamento/Métodos: Estudo quantitativo de caráter descritivo com delineamento transversal que utilizou dados de prontuários médicos oriundos do ambulatório municipal e de uma clínica particular de neurologia em Santarém (PA). A amostra foi composta por 242 (duzentos e quarenta e dois) prontuários de pacientes de ambos os sexos, os quais obtiveram atendimento nos referidos locais e que tiveram características diagnósticas compatíveis com TEA com alta suspeita para o transtorno. Os resultados foram processados através de recursos da estatística descritiva e para o cálculo da prevalência foi calculada a razão entre os indivíduos afetados no determinado ano e o total de indivíduos na região.
Resultados: Foram encontrados registros de pacientes de ambos os sexos com o diagnóstico de TEA e de pacientes com o diagnóstico ainda em aberto, porém com alta suspeita para a patologia e permanecendo com características dentro do espectro do autismo, provenientes do serviço de saúde público e particular. Foi encontrada a prevalência de 8,2 casos para cada 10.000 habitantes do município de Santarém, sendo que foi observada maior incidência no sexo masculino (76%) que no feminino (24%) e maior incidência na faixa etária pediátrica de 7 a 11 anos (55%). Com relação à procedência, a maioria era proveniente de Santarém (86%), pacientes das cidades vizinhas somaram 14%.
Conclusões/Considerações finais: A prevalência encontrada pode ser considerada alta em relação às demais encontradas em outros estudos de outras locais do Brasil. Entretanto, é possível relacionar esse fato à ampla delimitação do que o espectro do transtorno representa e o quanto pode estar relacionado ou ou em concomitância com outros distúrbios do desenvolvimento.
Palavras chaves: transtorno do espectro autista, psiquiatria, epidemiologia
Clínica Médica
Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil
Juliana Gama Almeida, João Victor Ferreira Tapajós, Luciana Gama Almeida, Gabrielly Silva Costa, Igo Feitosa Santos