14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM) Como Complicação Neurológica da Dengue - Relato de Caso

Fundamentação/Introdução

A Encefalomielite Disseminada Aguda (ADEM) é uma doença desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), pós infecciosa, geralmente viral, podendo ocorrer, também, após vacinas. As doenças mais comuns relacionados com ADEM são: sarampo, rubéola, caxumba, varicela, dengue e zika.
A ADEM se manifesta por volta do 7º ao 14º dia de infecção, cursa com cefaleia, afasia, alterações do nível de consciência e sensório, distúrbios motores, sensitivos, urinários, visuais e de marcha. A fisiopatologia desta doença ainda não é bem explicada, mas acredita-se ser uma infecção imunomediada e não uma infecção viral direta do SNC.
O diagnóstico é corroborado por exames complementares como análise do líquor e Ressonância Magnética de crânio (RM). A RM comumente evidenciam múltiplas lesões da substância branca, mais localizadas em córtex e áreas do tálamo. As lesões neurológicas tendem a diminuir e até desaparecer nos casos favoráveis, sendo acompanhadas pela RM de crânio a cada 6 meses.
A Síndrome de ADEM decorrente da dengue é uma complicação rara, assim como a Síndrome de Guillain Barrè, alterações neuromusculares e acidentes vasculares cerebrais.
O tratamento visa desacelerar a resposta inflamatória e é realizado na maioria das vezes com corticoterapia endovenosa. Um bom prognóstico depende de uma abordagem precoce.

Objetivos

Avaliar critérios diagnósticos para ADEM e ressaltar a importância do diagnóstico e tratamento precoces impactando assim diretamente na recuperação do paciente.

Delineamento/Métodos

Relato de Caso

Resultados

Mulher, branca, 40 anos, apresentando quadro de parestesias em dimídio direito, dificuldade de deambulação e turvação visual cerca de 5 dias após quadro viral de dengue, confirmado por sorologia. Foi realizado TC de crânio que não evidenciou alterações e solicitado RM de crânio que evidenciou inflamação difusa de substância branca, confirmando o diagnóstico de Síndrome de ADEM. Foi realizado tratamento por pulsoterapia com metilprednisolona, que se estendeu com prednisona oral, com boa evolução clínica.

Conclusões/Considerações finais

O conhecimento da Síndrome de ADEM torna-se necessário para o início precoce da terapêutica, evitando-se sequelas neurológicas. Observa-se recuperação clínica mais rápida nos pacientes com o início de altas doses de corticosteróides e o emprego de imunoglobulina endovenosa. A plasmaférese pode ser indicada em casos refratários a terapia inicial. Mesmo com o uso da medicação adequada a ADEM apresenta índices de mortalidade que giram em torno de 5-20%.

Palavras Chaves

ADEM, desminielização, dengue

Área

Clínica Médica

Autores

NARA TEXEIRA BARBOSA, ELDER MACHADO SARMENTO, RAFAELLA PINTO FERRAZ, LAÍS MAURICIO OLIVEIRA ALMEIDA DE FREITAS, SULA MARIE LOUIS DOS SANTOS