14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Percepção de médicos e pacientes sobre transmissão de más notícias

Fundamentação/Introdução

Habilidade de comunicação é fundamental para a relação médico-paciente, contudo, a adequada transmissão de más notícias não é uma realidade. Essa falha está relacionada ao deficiente treinamento para lidar com as reações do paciente e ao fato de más notícias serem frequentemente sinônimo de fracasso.

Objetivos

Comparar a percepção de médicos e pacientes a respeito da comunicação de más notícias.

Delineamento/Métodos

Estudo exploratório, transversal, descritivo e qualitativo, realizado em Aracaju/SE, de 2014 a 2016. A amostra foi composta por 200 pacientes e 100 médicos de serviços públicos e privados. Foram utilizados dois questionários, um para pacientes e outro para médicos, com questões referentes à comunicação de más notícias, incluindo sete questões do Protocolo SPIKES.

Resultados

Dentre os médicos, 71,4% não têm dificuldade para transmitir más notícias, sendo que 78% costumam dar o diagnóstico de uma doença grave na presença de acompanhante e 68% o fazem de forma objetiva e direta. Dentre os pacientes, 14,6% já receberam esse diagnóstico e 29,2% já o presenciaram, sendo que, na percepção de 92,4% desses, o médico foi objetivo e direto. Noventa e oito por cento dos médicos disseram explicar as consequências e limitações da doença ao paciente, entretanto, apenas 83,3% dos pacientes tiveram a mesma opinião. Noventa e nove por cento dos médicos explicam as complicações e efeitos adversos do tratamento, apesar de 15,2% dos pacientes declararem que não receberam essa informação. Para 97% dos médicos, a opinião do paciente é importante, todavia, apenas 63,6% dos pacientes perceberam que sua opinião tem valor.
Em relação ao Protocolo SPIKES, 28% dos médicos comunicam más notícias de cinco a dez vezes em um mês; 31% apontam que conversar sobre início de tratamento paliativo é a tarefa mais difícil; para 43%, ser honesto sem acabar com esperanças é a parte mais difícil em discutir más notícias. Quanto a sua habilidade de transmitir más notícias, 54,5% a classificam como boa, apesar de 62,2% não possuírem curso formal ou treinamento específico. Por sua vez, 61,2% dos médicos não se sentem muito confortáveis ao lidar com as emoções dos pacientes, e 54,5% desses também não tiverem treinamento para lidar com esse tipo de situação.

Conclusões/Considerações finais

Médicos e pacientes têm percepções diferentes sobre a comunicação de más noticias: os profissionais julgam fazê-la da melhor forma, enquanto os pacientes percebem as deficiências do médico e sofrem suas consequências.

Palavras Chaves

relação médico-paciente, habilidades de comunicação, transmissão de más notícias, percepção de médicos e pacientes.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Sergipe (UFS) - Sergipe - Brasil, Universidade Tiradentes (UNIT) - Sergipe - Brasil

Autores

Marielle Santos Freitas, Sarah Santana Diniz, Carla Virgínia Vieira Rollemberg, Alex André Ferreira Queiroz, Déborah Monica Machado Pimentel