ADENOMA PLEOMÓRFICO DE PARÓTIDA: RELATO DE CASO
o adenoma pleomórfico (AP) ou tumor misto das glândulas salivares apresenta padrão morfológico variável. Sua etiologia é controversa. Pode conter células epiteliais, mioepiteliais, ductais, estromas, escamosas, ceratinizantes, mixoides, fibrosas, cartilaginosas e ósseas. É benigno, de maior incidência nas glândulas salivares maiores, sendo a parótida a mais acometida. É mais prevalente em mulheres e entre a 3ª e 6ª década de vida. Caracteriza- se como um tumor único, nodular, delimitado, de consistência firme e crescimento lento e expansivo. Pode ser assintomático ou apresentar sinais e sintomas inespecíficos. Sendo diagnosticado quando ultrapassa alguns milímetros ou começa a interferir nas funções orais. O processo de transformação maligna é raro, ocorrendo em alguns casos quando não há remoção adequada do tumor.
o presente relato almeja alertar médicos quanto a importância da suspeição e investigação diagnóstica do AP na prática clínica diante da possibilidade de malignização do mesmo.
I.C.S, 56 anos, cardiopata, gênero feminino, compareceu no consultório odontológico há 11 meses queixando-se de dor intensa em arcada dentária e protuberância em região cervical direita. Após extração dentária, há 04 meses, foi observada melhora total da dor sem involução da protuberância em região cervical, logo, a paciente foi encaminhada para clínica médica sob queixa de “caroço atrás da orelha” relatando elevação indolor a palpação, de evolução lenta e gradual e associada a prurido.
Foi solicitada ultrassonografia (US) de região cervical, a qual demonstrou, em glândula parótida direita, imagem nodular sólida de contornos irregulares, margens definidas, hipoecogênica, com vascularização predominante central ao estudo Doppler, medindo 33x27,5 mm. Realizou-se punção aspirativa por agulha fina (PAAF), cujo laudo confirmou a hipótese diagnóstica. A paciente se encontra em bom estado geral à espera pela cirurgia.
sabe-se que o AP, em geral, é um tumor benigno. Porém, há uma pequena chance de malignidade, fazendo-se necessário uma prática clinica atenta e detalhada para que haja suspeita, exclusão dos principais diagnósticos diferenciais, confirmação diagnóstica através de exames de imagem e da PAAF e escolha adequada do tratamento com abordagem cirúrgica de exérese total com margens de segurança e com encaminhamento do espécime cirúrgico ressecado ao patologista para diagnóstico definitivo.
adenoma pleomórfico, glândula salivar, odontalgia.
Clínica Médica
Faculdade Atenas - Minas Gerais - Brasil
Anna Karolinne Barros de Carvalho, Maria Luísa Pinto Ramos Araújo, Poliana Carolina Santos Agostinho, Paulo Henrique de Oliveira Rabelo, Conrado Alves Pacheco