14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Síndrome gripal: características, manejo, evolução e desfecho de pacientes atendidos em hospital universitário terciário

Fundamentação/Introdução

A procura de atendimento médico devido a quadros de síndrome gripal são frequentes, devendo ser valorizados, pela possibilidade de evolução com complicações e até óbito.

Objetivos

Estudar as características, manejo, evolução e desfecho de pacientes com síndrome gripal viral comprovada, atendidos em hospital universitário terciário, com necessidade ou não de internação hospitalar, visando melhor preparo para condução desses pacientes.

Delineamento/Métodos

Estudo retrospectivo e observacional, com base na coleta de dados de prontuário de pacientes atendidos em hospital universitário terciário, que receberam diagnóstico de infecção respiratória viral (exame de detecção viral direta – PCR), devido à Influenza A, B ou vírus sincicial respiratório (VSR) A ou B, entre abril e outubro de 2016. Foram excluídos os pacientes menores de 16 anos, totalizando 78 pacientes.

Resultados

Dos 78 pacientes, 33 (42,3%) eram homens, com média de idade de 47,5 anos. Os pacientes demoram em média 6 dias do início dos sintomas para procurar atendimento médico, em geral com início imediato do tratamento com Oseltamivir, devido à suspeita clínica de quadro viral. A maioria dos pacientes foram diagnosticados com Influenza A (87,2%), com menor incidência de Influenza B e VSR A/B. Do total, 27 foram admitidos em UTI (34,6%). A mortalidade geral foi de 21,79% (17 pacientes). Dentre as características analisadas, aquelas que se associaram de forma significativa com óbito hospitalar foram a maior demora do paciente em procurar o serviço médico, maior tempo para início do antiviral, maior pontuação no escore SOFA nos primeiros três dias de hospitalização, níveis mais elevados de proteína c reativa, hipóxia na avaliação inicial, doença cardiovascular conhecida e necessidade do uso de drogas vasoativas.

Conclusões/Considerações finais

O período do ano avaliado possui a maior incidência de síndrome gripal, mostrando taxa expressiva de internação em terapia intensiva e de mortalidade, possivelmente por ser um hospital terciário, recebendo pacientes mais graves. O estudo alerta para a frequência e possível gravidade destes quadros virais, sugerindo os pacientes que deveriam receber maiores cuidados (maior pontuação no escore de SOFA, níveis mais elevados de proteína C reativa, pacientes que se apresentam hipoxêmicos e aqueles com doença cardiovascular conhecida), e reforça a importância da identificação viral, do atendimento e início precoce do tratamento antiviral específico.

Palavras Chaves

Síndrome gripal
Influenza
Vírus Sincicial Respiratório
Terapia intensiva
Mortalidade

Área

Clínica Médica

Instituições

Famerp/Hospital de Base de São José do Rio Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Matheus Gomes Giacomini, Suzana Margareth Ajeje Lobo, Thaís Prado do Amaral Voltarelli