SÍNDROME CARCINÓIDE – RELATO DE CASO
As neoplasias neuroendócrinas (NNE) gástricas constituem um grupo de tumores raros, com incidência de 0,2 casos por 100.000 habitantes/ano, acometendo pacientes em média de 60 anos de idade, proporcionalmente 2:1 para mulheres.
Relatar o caso de um paciente com NNE
Informações obtidas em prontuário e revisão da literatura
RELATO DE CASO. Paciente, masculino, 54 anos, residente em Cacoal-RO, procura atendimento em 26/10/2015 queixando-se de manchas em virilhas com escurecimento progressivo, descamação e prurido, machas brancas em glúteos e prurido há mais de 20 anos, com alívio ao uso de tópicos e estresse como agravante. História prévia de hematêmese e melena. Ao exame, melasmas temporal e auriculares, placas eritemodescamativas nas axilas, no abdome, cristas ilíacas, base do pênis, glúteos, região lombar, região poplítea bilateral e lateral do tornozelo esquerdo (E). Realizado exames de rotina e endoscopia (EDA), demostrando alteração das transaminases e de colesterol total e frações e cultura negativa para micológico direto. EDA evidenciou pangastrite enematosa moderada, pólipos e biópsia revelando gastrite crônica atrófica (GCA) com metaplasia intestinal, e H. pylori negativo, além de histologia com NNE gástrica em fundo e corpo bem diferenciada/Grau 1, positivo para os anticorpos KI 67 em 2% das células neoplásicas, sinaptofisina e cromogranina. Realizada tomografia (TC) de abdome e pelve revelando lesão expansiva gástrica, cistos em rim E e próstata hiperplásica. Em 07/07/2016 realizou gastrectomia total por vídeo, aspectos morfológicos associados à NNE grau 1, linfonodos sem evidência imunohistoquímica de envolvimento neoplásico.
Histologicamente, as NNEs são identificadas pela sua positividade aos anticorpos, como a cromogranina no estudo imunohistoquímico e dividem-se em 3 subtipos, sendo o tipo 1, representativo de 85% do total, cursando com hipergastrinemia e GCA, apresentando-se ao diagnóstico com pequenos pólipos sem invasão linfonodal, bem diferenciados e localizados principalmente em fundo e corpo gástrico, semelhante ao caso acima. Os exames como TC e ressonância magnética são muito limitados na avaliação dos pequenos tumores tipos 1 e 2. Essas lesões são diagnosticadas pela EDA com biópsia. A NNE, apesar de rara, vem em crescente incidência, nas quais as lesões tipo 1 representam a grande maioria dos casos, com curso clínico indolente e beneficiam-se do tratamento individualizado e controle EDA.
Clínica Médica
Faculdade de Ciências Biomedicas de Cacoal - FACIMED - Rondônia - Brasil, Hospital Regional de Cacoal - HRC - Rondônia - Brasil
André Nazário Oliveira, Cristhiany Ragnini Oliveira, Mariane Lopes Santiago, Mônica Alexandra Conto, Sara Lima Oliveira Amoroso