AVALIAÇÃO DO RISCO DE TROMBOEMBOLISMO VENOSO E INDICAÇÃO DE PROFILAXIA EM PACIENTES CLÍNICOS INTERNADOS, ATRAVÉS DO ESCORE DE PÁDUA
Introdução: O tromboembolismo venoso (TEV) é a causa de morte prevenível mais comum em pacientes hospitalizados, sendo as profilaxias medicamentosa e mecânica os modos mais efetivos de prevenção. Uma das escalas utilizadas na avaliação de risco de TEV é o Escore de Pádua, importante para padronizar a conduta em relação à profilaxia nesses pacientes.
Objetivo: Avaliar o risco de TEV e a indicação de profilaxia em pacientes clínicos internados, através do Escore de Pádua.
Método: Foi realizado um estudo observacional transversal, com uma amostra de 38 pacientes internados nas enfermarias de clínica médica e nas Unidades de Terapia Intensiva de um hospital municipal em João Pessoa-PB. Realizou-se uma análise descritiva dos dados retirados de prontuários e informações adicionais foram obtidas por meio de entrevista com os avaliados, sendo as variáveis coletadas adicionadas ao Escore de Pádua.
Dos pacientes avaliados, 27 (71%) foram classificados em alto risco para TEV, 5 (13%) em baixo risco para TEV e 6 (16%) faziam uso de enoxaparina em doses plenas, por indicação médica. Os fatores de risco mais recorrentes foram mobilidade reduzida em 31 pacientes (82%), infecção aguda ou desordem reumatológica em 25 (66%) e insuficiência cardíaca ou respiratória em 24 (63%). Os demais fatores de risco apresentaram-se em menor proporção, exceto TEV prévio e condição trombofílica conhecida, não pontuados nos pacientes avaliados. Dos 27 pacientes com alto risco, 21 (78%) faziam uso de profilático de enoxaparina 40 mg/dia e 3 (11%) de heparina não fracionada 5000 UI 12/12h. Ainda, 3 (11%) não faziam profilaxia, apesar do alto risco de apresentarem eventos tromboembólicos. Do total de 27 pacientes em alto risco de TEV, portanto, 24 (89%) faziam uso da quimioprofilaxia adequada.
Embora pareça evidente a necessidade da prevenção de TEV em todo e qualquer paciente clínico hospitalizado com alto risco, a utilização de profilaxia adequada ainda está aquém do recomendado pelo Escore de Pádua. Desse modo, urge tornar a avaliação de risco de TEV mais fácil, padronizada e alinhada com a rotina hospitalar, a fim de decidir sobre as opções mais adequadas e eficientes de profilaxia para os pacientes em risco. Os esforços de implementação precisam, pois, ser contínuos para garantir a adequação da profilaxia de TEV e a segurança de todos os pacientes clínicos hospitalizados.
Palavras-chave: Anticoagulantes. Heparina. Tromboembolia venosa.
Clínica Médica
Hospital Municipal Santa Isabel - Paraíba - Brasil
Alberto de Sousa Videres Filho, Taciana Uchôa Passos, Laís Henriques de Oliveira, Lucas Nascimento Diniz Teixeira, Maria Alenita de Oliveira