14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Fístula Aorto-Esofágica posterior a Tratamento Endovascular com Stent e Infeccção de Pseudoaneurisma

Fundamentação/Introdução

A fístula aorto-esofágica é uma complicação rara, porém, frequentemente fatal da terapia endovascular para aneurisma de aorta descendente. A infecção do pseudoaneurisma de aorta está associada ao desenvolvimento de fístulas aorto-esofágicas e seu tratamento, classicamente, implica debridamento amplo de tecidos infectados e revascularização associada a antibioticoterapia de manutenção a longo prazo. No entanto, presença de stent endovascular associado a infecção de pseudoaneurisma apresenta-se como um desafio de natureza complexa.

Objetivos

Relatar um caso de aneurisma de aorta torácica abordado previamente por terapia endovascular que evoluiu com abscesso mediastinal e posterior fístula aorto-esofágica.

Delineamento/Métodos

Paciente masculino, 63 anos, com história de rotura de aneurisma de aorta torácica descendente e tratado com abordagem endovascular e colocação de stent há 4 anos, apresentou-se ao departamento de emergência com quadro de dor aguda na transição toraco-abdominal, disfagia e perda de peso (12 kg em 4 meses). Angiotomografia de tórax revelou abscesso adjacente ao saco aneurismático, mostrando extravasamento de contraste e desvio das estruturas mediastinais próximas. Uma tomografia com contraste via oral foi realizada e as imagens confirmaram extravasamento de contraste e ar para o mediastino através de um orifício fistuloso na transição de esôfago médio-distal, de colo medindo 8x15mm, contíguo com a coleção mediastinal para-aórtica que se comunica com a porção trombosada do aneurisma.

Resultados

Após considerar o risco substancial de mortalidade perioperatória, o paciente foi tratado com antibióticos endovenosos e uma gastrostomia foi realizada. O paciente foi a óbito 5 semanas após admissão devido a um sangramento esofágico.

Conclusões/Considerações finais

Fístula aortoesofágica apresenta um curso acelerado, associado a um diagnóstico difícil, que raramente é feito antes que haja a exsanguinação do paciente na forma de hematêmese. Neste caso relatado, não obtivemos desfecho diferente. O tratamento cirúrgico nem sempre é o de escolha, porque esses pacientes quase sempre apresentam contraindicações. O tratamento conservador, apesar de ainda não padronizado, consiste em se utilizar de inibidores da bomba de prótons, gastrostomia percutânea para alimentação enteral total, assim como foi planejado para nosso paciente, e antibioticoterapia, caso haja mediastinite. Mesmo assim, o desfecho continua a ser reiteradamente fatal. Espera-se que melhora de endopróteses e da técnica de implante possa fazer parte da solução.

Palavras Chaves

Stents; Esophageal Fistula; Aortic Rupture; Aneurysm, Infected; Aortic Aneurysm, Thoracic; Endoleak
Stents; Fístula Esofágica; Ruptura Aórtica; Aneurisma Infectado; Aneurisma da Aorta Torácica; Endoleak

Área

Clínica Médica

Instituições

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Paraná - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Curitiba - Paraná - Brasil

Autores

Johnathan Gabriel Rodrigues Apolonio, Matheus Kiszka Scheffer, João Henrique Fregadolli Ferreira , Murilo Henrique Guedes, José Augusto Ribas Fortes