14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

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MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Insuficiência Renal Aguda secundária à hipervitaminose D- Relato de caso

Fundamentação/Introdução

A hipervitamiose D é uma condição grave, que vem aumentando o número de casos devido à prescrição de forma indiscriminada. Suas características são decorrentes principalmente da hipercalcemia.

Objetivos

Alertar sobre os possíveis efeitos deletérios da reposição de vitamina D.

Delineamento/Métodos

Relato de caso; revisão de prontuário.

Resultados

D.N.H., 46 anos, previamente hígida, procurou atendimento com Nutróloga em julho de 2016, para tratamento de obesidade , foi orientado reeducação alimentar e iniciado Addera 25 gotas 2x ao dia, correspondente a uma dose de 10.000 UI/dia, por um período de 2 meses. Internada em setembro de 2016 no Hospital Regional de Cacoal, para investigação de quadro de fraqueza, dor lombar, edema de membros inferiores, cefaléia e prurido generalizado associado ao aumento das escórias nitrogenadas.
Nos exames bioquímicos solicitados encontramos os seguintes valores: creatinina 3,9mg/dL , uréia 76mg/dL, cálcio 15,7mg/dL , 25OH VITAMINA D 140 ng/mL , FOSFORO 5,4mg/dL e PTH 7pg/mL. A Ultrassonografia revelou presença de rins levemente aumentados, sem presença de cálculos ou dilatações. A Tomografia de abdômen revelou uma colecistopatia calculosa. Exames adicionais descartaram hiperparatireoidismo, sarcoidose e hipercalcemia relacionada à malignidade.
Inicialmente foram adotadas as seguintes condutas: hidratação venosa vigorosa, administração de furosemida em doses altas e corticóide venoso, porém o quadro de hipercalcemia permaneceu, e foi iniciado pamidronato intravenoso, com melhora dos exames: cálcio sérico 10mg/dL , 25OH vitamina D 100 ng/mL , uréia 45mg/dL, creatinina 1,7mg/dL.
O quadro de IRA , hipercalcemia, associado à aumento da vitamina D, medicamento esse utilizado por 2 meses antes da internação, levou a hipótese de hipervitaminose D por uso exógeno.
A principal fonte de vitamina D é a exposição solar,na falta de uma exposição regular, apenas as fontes alimentares não são suficientes para manter níveis adequados. Por isso, a suplementação com medicamentos tem sido cada vez mais utilizada. Entretanto, o limite superior de ingestão diária de vitamina D necessário pode variar de acordo com idade, nível sérico de vitamina D e comorbidades, devendo ser respeitado.

Conclusões/Considerações finais

A suplementação de vitamina D deve ser adequadamente monitorada em razão do potencial risco de intoxicação. Sua reposição tem indicações e doses adequadas de acordo com cada paciente, sendo que doses excessivas podem causar sérios efeitos adversos à saúde dos pacientes.

Palavras Chaves

hipervitaminose D; Insuficiência renal aguda;hipercalcemia

Área

Clínica Médica

Instituições

Hospital Regional de Cacoal - Rondônia - Brasil

Autores

Querolai Gomes Gadelha, Cristhenise Ragnini Silva, Drielly Layanne Costa Sousa, Thalyssa Rodrigues Pereira, Raissa Oliveira Neves