14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Atendimento de pacientes com síndrome coronariana aguda: registro do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)

Fundamentação/Introdução

O sucesso terapêutico no infarto agudo do miocárdio com supra-desnível do segmento ST (IAMCSST) é maior quanto antes o tratamento adequado for iniciado e o fluxo coronariano restituído. Esse tratamento é influenciado por diversos fatores: a agilidade e a eficiência dos mecanismos reguladores, além da procura imediata de atendimento pelo paciente.

Objetivos

Avaliar o perfil epidemiológico e de atendimento dos pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA) atendidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Delineamento/Métodos

Estudo retrospectivo, observacional, em que foram revisados os prontuários dos pacientes atendidos no HCPA entre março de 2015 e março de 2016 com registro de IAMCSST, infarto agudo do miocárdio sem supra-desnível do segmento ST (IAMSSST) e angina instável.

Resultados

No período, foram atendidos no HCPA 344 pacientes com SCA. A idade média foi de 62.4±11.9 anos. Entre esses pacientes, 64.45% eram do sexo masculino e 89.6% eram brancos. No que se refere as comorbidades prévias, 64.16% eram hipertensos, 32.66% diabéticos, 18.5% possuíam história prévia de IAM e 10.4% de AVC. Na chegada ao hospital, 226 (65.7%) apresentavam IAMCSST, 105 (30%) IAMSSST e 13 (3.7%) angina instável. Do total, 9.8% dos pacientes foram encaminhados ao HCPA após atendimento inicial em outros hospitais. Dos 226 pacientes com IAMCSST, 180 (79,6%) foram considerados candidatos à reperfusão por angioplastia primária (ACTP) ou trombolíticos na chegada ao HCPA, e 20% já chegaram sem janela para cateterismo. Desses, 26.6% eram da região metropolitana. Considerando todos os pacientes com IAMCSST, a ACTP foi realizada em 174 pacientes (96.6%) dos pacientes e a terapia com trombolíticos em 6 pacientes (3.33%).

Conclusões/Considerações finais

Observou-se baixa adesão ao uso de trombolíticos para o tratamento do IAMCSST, muito provavelmente devido aos eventos adversos relacionados ao seu uso. Com isso, inúmeros pacientes, principalmente os transferidos, perderam a oportunidade de ter o tempo total de isquemia diminuído, aumentando a chance de complicações como maior tempo de hibernação miocárdica, maior área isquêmica e insuficiência cardíaca. Assim, para o maior benefício do paciente, cabem estudos que possam encontrar e testar modos de melhorar a rede de atendimento ao infarto em Porto Alegre, assim como testar a viabilidade de se implantar formas alternativas de diminuir o tempo total de isquemia, como o uso da terapia fármaco invasiva.

Área

Clínica Médica

Instituições

Comitê Gestor, Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde (IATS) - Rio Grande do Sul - Brasil, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Serviço de Cardiologia - Rio Grande do Sul - Brasil, Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Serviço de Hemodinâmica - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) - Rio Grande do Sul - Brasil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Adriano Heemann Pereira Neto, Luiza Benetti Fracasso, Guilherme Pinheiro Machado, Gabriel Sartori Pacini, Carisi Anne Polanczyk