14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

14º Congresso Brasileiro de Clínica Médica e 4º Congresso Internacional de Medicina de Urgência de Emergência

MINASCENTRO - Belo Horizonte /MG | 04 a 06 de Outubro de 2017

Dados do Trabalho


Título

Glomerulopatia Membranosa secundária a hemocromatose e hipotireoidismo: relato de caso.

Fundamentação/Introdução

Introdução: A hemocromatose é uma doença caracterizada pelo aumento da absorção intestinal de ferro, levando a um acúmulo deste em diversos órgãos e tecidos, podendo ocasionar lesão celular e tecidual, fibrose e insuficiência funcional. Consequências endocrinológicas como hipotireoidismo são raras e surgem mais associadas à sobrecarga de ferro pós-transfusional. Em decorrência desse hipotireoidismo a taxa de filtração glomerular é reduzida em aproximadamente 30%. Além disso, o ferro desempenha um papel na progressão da insuficiência renal em pacientes com proteinúria.

Objetivos

Objetivo: Relatar o caso de um paciente portador de Síndrome Nefrótica secundária a hemocromatose e hipotireoidismo.

Delineamento/Métodos

Descrição de caso: EPS, 67 anos, sexo masculino, hipertenso, encaminhado para serviço de nefrologia com queixa de edema progressivo evoluindo para anasarca, dispneia grau IV e dor em joelho direito por 9 meses, em uso de medicação diurética e para insuficiência cardíaca (Espironolactona, Furosemida, Carvedilol e Captopril). Paciente foi internado para investigação clínica de cardiopatia e nefropatia, sendo solicitado hemograma, função renal e hepática e exames de imagem. Os exames evidenciaram hormônio tireoestimulante 87,67mU/L e tetraiodotironina livre de 0,55mg/dl, sendo iniciado tratamento com Levotiroxina. Apresentava ainda proteinúria de 24h de 9448mg, sendo realizado biópsia renal compatível com Glomerulopatia Membranosa.

Resultados

Após 3 meses paciente volta a ser internado para realização de pulsoterapia com Ciclofosfamida. Durante esse período foi realizado o perfil do ferro que revelou saturação de transferrina de 79% e ferritina sérica de 2026,4 ng/mL, devido a essas alterações foi solicitado Ressonância Nuclear Magnética que exibiu sinais de acúmulo de ferro no parênquima do fígado 260(+/-50)mol/g e do baço, confirmando o diagnóstico de Hemocromatose. Na revisão da lâmina de biopsia renal foi solicitado coloração adicional para ferro não-hemínico com o azul da Prússia (Reação de Perls) com que se evidenciou marcação citoplasmática positiva em células tubulares renais.

Conclusões/Considerações finais

Conclusão: A manifestação renal por síndrome nefrótica associada ao hipotireoidismo na Hemocromatose é uma condição pouco frequente, porém com graves repercussões a saúde, tendo como tratamento efetivo a resolução da causa base da patologia. Pacientes não tratados normalmente morrem de insuficiência cardíaca ou arritmias, insuficiência hepatocelular ou carcinoma hepático.

Palavras Chaves

Síndrome Nefrótica; Hemocromatose; Hipotireoidismo.

Área

Clínica Médica

Instituições

Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil

Autores

Renata Torres de Andrada Ferraz, Vanessa Garcia Gomes, Laís Rosa Farias Magalhães, Jéssyca Andrade Leite, Rafael Fernandes Vanderlei Vasco