Estudo do Número de Óbitos Maternos declarados por Ocorrência no Tocantins no período de 2012-2016
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Classificação Internacional de Doenças (CID – 10) define “morte materna” como “a morte de uma mulher durante a gestação ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais.” Sendo essa um problema de saúde pública mundial, e um importante indicador de saúde da mulher e, de forma indireta, do nível de saúde de uma população.
Analisar o número de óbitos maternos declarados segundo grupos etários entre 10 – 49 anos de idade, por ocorrência no Tocantins de 2012-2016.
Trata-se de um estudo do tipo descritivo, com abordagem quantitativa em que foram utilizados por ferramentas o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e o TABNET como base de dados para verificar as variáveis estudadas.
O número de óbitos maternos declarados no Tocantins, no período de 2012-2016, por causas que se enquadrem na definição de “morte materna”, foi de 81 casos, sendo o grupo etário mais acometido o de 20-29 anos com 32 casos registrados. A faixa etária com menor ocorrência é a de 40-49 anos com 3 ocorrências. Durante o período, observou-se um aumento no número de óbitos maternos, tal que 12 casos ocorreram em 2012 e 20 casos em 2016. Das mortes por causa obstétrica, a região Capim Dourado foi a que apresentou maior número de incidência desses casos em todos os anos, seguido da região Médio Norte Araguaia. Esse último, no entanto, apresentou uma queda de 70% no índice do ano de 2015 para 2016. A região com maior cobertura pré-natal foi a de Amor Perfeito, com 61,47%; em contrapartida a com menor foi a região Sudeste com apenas 50,15%.
A mortalidade materna indica a existência de falhas nas diretrizes políticas, nos profissionais da saúde e na sociedade por acostumar-se a excluir tal problema. Os registros dessas mortalidades ainda são escassos devido a não identificação das causas de mortalidade, o inadequado preenchimento e a subnotificação desses óbitos. Percebe-se, portanto, uma baixa cobertura da atenção básica nessa regiões e pouca adesão das mulheres às consultas de pré-natal, dessa forma é evidente a necessidade de uma política de intervenção com foco na maior adesão dessas mulheres às campanhas de pré-natal.
mortalidade materna; saúde pública; ginecologia e obstetrícia
Clínica Médica
KARINE BRITO CARDOSO, GUILHERME ANTUNES BARRIVIEIRA, PEDRO PAULO FERNANDES DE MELO, MARIA LUIZA SILVA BRITO, FERNANDO TRANQUEIRA DA SILVA