CARCINOMA BASALÓIDE RECIDIVANTE DE CARCINOMA ESCAMOSO INVASOR BEM DIFERENCIADO EM CANAL ANAL: RELATO DE CASO
A incidência do câncer anal corresponde a 1,5% dos tumores do aparelho digestivo. O tipo histológico mais comum é o carcinoma epidermóide ou espinocelular, originando-se do epitélio escamoso estratificado do canal anal superior. Esses tumores em geral acometem pacientes do sexo feminino e apresentam um comportamento local agressivo. As recidivas ocorrem entre 8 e 21%. O carcinoma basalóide anal é um subtipo não queratinizado de carcinoma epidermoide do canal anal, surgindo a partir do epitélio transicional. Raro, representa 35% dos tumores anais, podendo-se encontrar metástases em 30-50% dos pacientes. A radio-quimioterapia é o tratamento inicial para a maioria dos casos. Para pacientes que não respondem adequadamente a esse tratamento é utilizada a amputação abdominoperineal. A taxa de sobrevida em 5 anos é de aproximadamente 60%.
O objetivo deste estudo é relatar um caso de carcinoma escamoso invasor bem diferenciado em canal anal, com recidiva para carcinoma basalóide.
Paciente, 50 anos, sexo feminino, procurou ajuda médica queixando-se de dor em região anal há 4 meses, negando presença de sangramentos. Solicitada colonoscopia, que evidenciou lesão perianal ulcerovegetante de 5cm, com massa por todo canal anal até a linha pectínea. Biópsia realizada em seguida teve como resultado Carcinoma Escamoso bem diferenciado invasor.
A paciente realizou quimioterapia com CDDP 75mg + 5FU 1000mg e radioterapia concomitante em pelve em duas fases. Seis meses após o tratamento, a paciente apresentou uma lesão ulcerada em crescimento durante consulta de retorno. Foi realizada biópsia, cujo resultado foi e Carcinoma Basalóide recidivante. Paciente realizou Cirurgia de Amputação abdominoperineal e segue em observação.
O carcinoma de células escamosas do canal anal representa aproximadamente 75% de todos os tumores malignos. O carcinoma basalóide retal corresponde aos tumores do canal anal, nos quais a histopatologia se assemelhava ao carcinoma basocelular da pele. Sua localização, excepcionalmente profunda no reto, favorece a ocorrência de metástases. O tratamento cirúrgico consiste na amputação abdominoperineal, que é finalizada com colostomia definitiva.
Clínica Médica
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes - Alagoas - Brasil, Universidade Federal de Alagoas - Alagoas - Brasil
Julia Matida de Melo Silvestre, Giulia Maria Ximenes Verdi, Everton Vieira Lopes da Silva, Pâmela Elaine Nogueira Tavares, Lícia Moreira Medeiros