Relato de dois pacientes com esofagite eosinofiIlica responsiva ao tratamento com IBP
Esofagite eosinofílica (prevalência 47/100.000, mais frequente em homens - 4:1), é uma doença inflamatória imunomediada e, até pouco tempo, com tratamento restrito à imunossupressão, com seus consequentes efeitos colaterais. Recentemente, descobriu-se uma categoria distinta, a Esofagite Eosinofílica responsiva aos inibidores de bomba de prótons (IBPs), possibilitando diagnóstico e tratamento mais específicos e eficazes.
Relatar evolução satisfatória de dois casos de esofagite eosinofílica tratados com inibidor de bomba de prótons (IBP).
Estudo descritivo de relato de dois casos
Relato 1: Homem, branco, 39 anos, história de impactação alimentar há aproximadamente um ano. Exames laboratoriais: IgE total 465 kU/L e IgE para alimentos aeroalergenos negativos. História patológica pregressa de rinite alérgica, sem tratamento. Biópsia (BX) após endoscopia digestiva alta (EDA) com diagnóstico de Esofagite Eosinofílica. Tratado com Esomeprezol 40 mg, duas vezes ao dia, por dois meses. EDA com BX após medicação registrou queda significativa dos eosinófilo. Conduta: mantém tratamento com IBP 40 mg dia, sem queixas. Relato 2: Homem, branco, 29 anos, história de impactação alimentar para sólidos desde a infância, sem emese ou perda ponderal. História patológica pregressa de asma, sem tratamento. Exames laboratoriais: IgE total alta e teste sanguíneo para alergia alimentar positivo moderado para trigo. Radiografia contrastada de esôfago: relevo mucoso com redução parcial da elasticidade parietal e anel esofagiano inferior com 0,7 cm. EDA constatou-se esofagite não erosiva, hérnia hiatal, Anel de Schatzki e teste da urease negativo. Submetido à dilatação endoscópica. EDA posterior com BX evidenciando Esofagite Eosinofílica. Tratamento: retirada de trigo e uso de Esomeprazol 40mg, duas vezes ao dia, por dois meses. EDA pós medicação registrou melhora no aspecto e à biópsia, ausência de eosinófilos. Conduta: mantém tratamento com IBP 40 mg dia, sem queixas.
A ação antioxidante e a redução da produção de citocinas engloba os IBPs ao tratamento da Esofagite Eosinofílica. A resposta positiva ao teste terapêutico destaca a importância da ampliação dos estudos sobre a esofagite eosinofílica responsiva aos inibidores de bomba de prótons, já que ainda não é possivel distingui-la antes da medicação. Além disso, a divulgação dos casos com evolução favorável permite difundir o conhecimento do tratamento com IBP e reduzir o número de pacientes tratados com imunossupressão.
Esofagite esosinofílica, Inibidor de bomba de prótons, tratamento
Clínica Médica
Bianca Costalonga Dorigo, João Pedro Silva Castro Cardoso, Débora Rimes Alt, Karla Glaysia Azevedo Lourenço, Guilherme Falcão